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Rota prende 'Buiu', ladrão de bancos ligado ao PCC e acionista de empresa de ônibus em SP

Publicado 16.04.2024, 13:42
© Reuters.  Rota prende 'Buiu', ladrão de bancos ligado ao PCC e acionista de empresa de ônibus em SP

A Justiça decretou a prisão de mais dois acusados de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro nas empresas de ônibus da capital ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) - o esquema foi desmontado pela Operação Fim da Linha. São dois acionistas da empresa UPBus. Um deles foi preso nesta terça-feira, dia 16, por policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).

Ao mesmo tempo, o juiz Leonardo Valente Barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa, Lavagem de Bens e Valores da Capital, acolheu a denúncia do Grupo de Ações Especiais de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), instaurando processo contra 19 acusados.

O homem preso pela Rota é Alexandre Salles Brito, o Buiu, um dos acionistas da empresa. Buiu exibe em sua ficha acusações de assalto a banco e de ligação com o PCC. Ele foi preso às 6h10 desta terça-feira, 16, em um apartamento da Rua Capitão Rabelo, na Vila Nilton, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Buiu foi conduzido pelos policiais da Rota ao 1.º Distrito Policial de Guarulhos.O juiz também decretou a prisão de Décio Gouveia Luiz, o 'Décio Português', outro acionista da empresa e homem de confiança de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC.

O juiz manteve o decreto de prisão do traficante Sílvio Luís Ferreira, o 'Cebola', cuja mulher é acionista da empresa. 'Cebola' e 'Décio Português' estão foragidos.

O magistrado impôs medidas cautelares a três outros acionistas da UPBus, que se tornaram réus: o advogado Ahmed Hassan Saleh, o 'Mude', o empresário Admar de Carvalho Martins e o presidente afastado da empresa, Ubiratan Antônio da Cunha.

Eles estão proibidos de frequentar a sede da UPBus, de se ausentar de São Paulo, de exercer qualquer atividade econômica ou financeira em empresas, especialmente no âmbito da UPbus Qualidade em Transportes, Mamore Construtora, AHS empreendimentos e Participações, SPE 7, PFM Participações e Empreendimentos, New Investment Participações e Investimentos Ltda. e EZ Multimarcas.

Também não podem manter contato com testemunhas do caso e devem entregar seus passaportes. O juiz proibiu os três acionistas de se ausentarem nos dias de folga e à noite de seus domicílios.

Leonardo Valente Barreiros manteve a determinação de afastamento de 15 integrantes da direção da empresa e o sequestro de bens dos acusados até o limite de R$ 88 milhões para o ressarcimento de danos morais coletivos e das vítimas da organização criminosa. O valor corresponde ao faturamento da UPBus em 2022.

Barreiros concedeu mais tempo para que os promotores do Gaeco se manifestem sobre quais providências pretendem tomar - se denunciam ou não outros dez investigados e incluem a empresa EZ Multimarcas no polo passivo da ação.

Contador do Lulinha

Neste grupo sob investigação está o contador João Muniz Leite, conhecido como o 'Contador do Lulinha'. O contador é um dos alvos da Operação Fim da Linha.

A 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital expediu mandado de busca e apreensão no âmbito da investigação que indica que Muniz seria um dos personagens centrais na montagem do esquema de lavagem de dinheiro do PCC via empresa de ônibus UPBus.

De acordo com dados da Polícia Federal, o contador e sua mulher, Aleksandra Silveira Andriani, ganharam juntos 640 vezes nas Lotofácil, Mega Sena e Quina. No caso de Aleksandra, foram 462 prêmios entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021, recebendo R$ 2,45 milhões, após ter apostado R$ 2,14 milhões.Já o marido, de 3 de janeiro de 2019 a 17 de abril de 2021 foi agraciado com 178 vezes, auferindo R$ 17.528.815,00, depois de apostar R$ 381.625,00.Muniz ficou conhecido como o 'Contador do Lulinha' por ter trabalhado para Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula, a quem também prestou serviços.

Ele chegou a ser ouvido como testemunha na Operação Lava Jato no processo do caso do tríplex do Guarujá, pelo então juiz Sérgio Moro. De 11 de novembro de 2019 até 31 de julho de 2023, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, Lulinha manteve uma de suas empresas, a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, registrada no mesmo endereço do escritório de Muniz, na zona Oeste da capital.

A defesa de Lulinha diz que as investigações sobre Muniz nunca atingiram o filho do presidente.

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