Por Leonardo Benassatto
CANOAS (Reuters) -O número de mortes confirmadas em decorrência das chuvas intensas no Rio Grande do Sul se manteve ao longo do sábado em 136, dez a mais do que relatado na véspera, com 125 pessoas ainda desaparecidas, informou a Defesa Civil do Estado em balanço divulgado no início da noite deste sábado.
Segundo o órgão, o número de pessoas desaparecidas caiu de 141 na sexta para 125 no sábado porque as pessoas estão seguindo a orientação de procurar a Polícia Civil para a regularização da situação.
No comunicado da noite, o órgão também relatou que o número de desalojados pela crise atingiu 537 mil, um aumento expressivo em relação aos 339 mil do balanço do início da tarde.
O último levantamento aponta que os estragos decorrentes das chuvas, alagamentos e enchentes atingem 446 municípios gaúchos, de 497 no total. Mais de 2,1 milhões de pessoas foram atingidas.
As chuvas intensas provocaram o aumento do nível de uma série de rios no Estado, causando enchentes de grandes proporções em diversas cidades gaúchas e afetando os esforços das equipes de resgate para alcançar sobreviventes.
Ainda assim, segundo dados da Defesa Civil gaúcha, mais de 74 mil pessoas e quase 10 mil animais já foram resgatados por um efetivo de mais de 27 mil pessoas que atuam nos esforços de resgate com mais de 4 mil viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações.
Em meio à tragédia, o maior desastre climático da história do Estado, os gaúchos passaram a enfrentar uma crise de abastecimento, com a escassez de alimentos e outros suprimentos básicos. Entidades e instituições de todo o país têm promovido doações de itens para a região, mas as enchentes têm dificultado a chegada dos suprimentos.
O aeroporto da capital Porto Alegre, com a pista submersa, está fechado desde a semana passada e a Força Aérea Brasileira iniciou o lançamento aéreo, com para-quedas, de donativos para pessoas que estão em áreas isoladas.
Apesar das chuvas terem diminuído de intensidade nos últimos dias, a previsão de especialistas é que as precipitações voltem com intensidade na próxima semana.
(Texto de Ricardo Brito)