O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta 2ª feira (4.set.2023) que o país retornará ao acordo de grão somente se o Ocidente retirar às restrições estabelecidas contra produtos agrícolas russos.
“Gostaria de reafirmar a nossa posição de princípio: estaremos prontos para considerar a possibilidade de reviver o acordo de grãos e faremos isso imediatamente, assim que todos os acordos sobre a retirada das restrições estabelecidas para a exportação de produtos agrícolas russos sejam totalmente implementados”, disse.
A declaração foi dada à jornalistas depois da reunião com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, realizada na cidade russa de Sóchi. A Turquia, junto com a ONU (Organização das Nações Unidas), foi um dos mediadores do acordo para exportação de grãos pelo mar Negro.
A tratativa foi firmada em 22 de julho de 2022 e prorrogada 3 vezes: em novembro do ano passado, em março e em maio deste ano.
Ela tem o objetivo de evitar uma crise alimentar global, já que o acordo permitiu a reabertura de portos ucranianos ocupados pelo Exército russo no sul, liberando o escoamento de toneladas de grãos da Ucrânia.
O bloqueio feito no início da guerra fez com que preços de alimentos subissem em todo o mundo, aumentando a escassez global e comprometendo a segurança alimentar.
A Rússia deixou a medida em 17 de julho, alegando descumprimento de demandas. Putin afirmou nesta 2ª (4.set) que foi “forçado” a tomar a decisão porque os países ocidentais “continuam a bloquear” o acesso dos produtos agrícolas russos aos mercados mundiais.
“[Os países do Ocidente] recusam a retirada das sanções contra a exportação dos nossos grãos e fertilizantes, a retomar as entregas de maquinário agrícola e peças sobressalentes à Rússia, a eliminar problemas de logística e fretamento de navios, serviços bancários e seguros de abastecimento alimentar”, disse.
O líder russo disse ainda que a saída do acordo “não afetou” os mercados globais de alimento. “Os preços dos grãos continuam a cair. Não há escassez física de alimentos. Existem problemas com a distribuição justa? Sim. Mas não tem nada a ver com o chamado acordo de grãos”, disse.