O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reafirmou na noite desta segunda-feira, 19, a posição de que o ex-presidente Jair Bolsonaro é um "líder de barro" e que "não se sustenta e não consegue liderar". As falas do ministro acontecem em meio à convocação feita pelo ex-presidente para um ato na Avenida Paulista e que até agora já conta com a presença confirmada dos governadores bolsonaristas Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Jorginho Mello (PL-SP).
Sobre as presenças, Padilha afirmou: "eu não sou coach de manifestante, não sou eu que vou dar orientação ou vou ser tutor de quem quer ir à manifestação convocada um dia depois que a Polícia Federal trouxe evidências claras [...] de Bolsonaro articulando o golpe". "As pessoas escolhem de que lado da história querem estar", continuou. "Se alguém quer estar do lado líder de barro na Paulista, que esteja", completou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Bolsonaro convocou o ato depois de ter sido um dos alvos da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, em que teve que entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado que impediria as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, independente do tamanho do ato que o ex-presidente conseguir organizar, o Judiciário, a PF e as instituições brasileiras "vão continuar investigando". "Independente do tamanho do ato que seja, não mudará a disposição do governo do presidente Lula de dar autonomia para o Judiciário e para a PF de continuar investigando aqueles que atentaram contra a democracia".