SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que, se o governo não tivesse sofrido algumas derrotas "compreensíveis" no Congresso Nacional em 2023, o país teria um déficit fiscal zero de forma sustentável este ano, mas destacou resultados positivos do dialogo com o Legislativo.
"Se nós tivéssemos aprovado 100% do que nós propusemos para o Congresso ano passado, nós estaríamos com déficit zero este ano, e sustentável", disse em evento promovido pela Associação Brasileira de Franchising.
Haddad disse que alguns desdobramentos esperados pelo governo foram adiados, mas destacou que isso faz parte da democracia.
"Adiamos um pouco os resultados, mas a democracia é isso. É melhor ter Congresso dialogando com você do que não ter Congresso e você impor sua vontade, sou dessa opinião. Às vezes o preço da democracia é você ouvir os setores", disse.
Segundo o ministro, fazer todos os ajustes fiscais necessários para equilibrar as contas públicas em um ano seria melhor do ponto de vista macroeconômico e poderia ter resultado em juros menores e cotações do dólar mais baixas, além de, possivelmente, projeções de crescimento maiores.
Haddad, porém, ressaltou que, apesar de nem todas as medidas enviadas às Casas terem sido aprovadas, o resultado final do diálogo com o Congresso foi muito positivo.
"Não é que não deu. Não deu tudo, mas fomos super bem. Conseguimos dialogar com as duas Casas, conseguimos aprovar uma série de medidas reparadoras."
(Por Fernando Cardoso e Victor Borges)