BRASÍLIA (Reuters) - A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira que não há recursos humanos e equipamentos que deem conta dos incêndios no Pantanal se as pessoas não pararem de atear fogo na mata, após um sobrevoo realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na região.
A fala foi feita durante a assinatura do Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, em Corumbá. A intenção da proposta é controlar as queimadas para uso agropecuário, tradicionais em determinadas regiões, mas que, a depender das condições climáticas na região, ajudam a espalhar os incêndios.
O Pantanal passa por mais um período de estiagem extrema, a pior em 70 anos, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente. Até julho deste ano, foram registrados 4.553 focos de calor, com uma área queimada de entre 635 mil hectares a 907 mil hectares.
Segundo a ministra, a região teve já 45 incêndios extintos, 30 ainda em processo de combate e, desses, 20 já controlados. Todos os incêndios, segundo o governo, foram causados por ações humanas.
"A Polícia Federal está fazendo investigações para que ninguém imagine que o incêndio criminoso e irresponsável será deixado impune", disse Marina.
O presidente Lula participou do evento após fazer um sobrevoo das áreas que ainda estão queimando no Pantanal, e visitou o centro de brigadistas que estão trabalhando na região.
"O Pantanal é um patrimônio da humanidade, e estou orgulhoso do trabalho dos brigadistas e do Ibama no combate aos incêndios nesse bioma. Fiquei emocionado ao ver, junto com a ministra Marina Silva, o esforço conjunto de todos os entes federados para apagar o fogo e restaurar o nosso Pantanal", disse o presidente.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília)