O setor de serviços empregou 14,2 milhões de pessoas em 2022, recorde da série histórica iniciada em 2007. O resultado representou um crescimento de 5,8% em relação a 2021, com um incremento de 773,1 mil pessoas na mão de obra.
Em comparação ao nível pré-pandemia (2019), o crescimento foi de 10,3%. As informações são da PAS (Pesquisa Anual de Serviços) 2022, publicada nesta 4ª feira (28.ago.2024).
Eram 1,6 milhão de empresas ativas de serviços não financeiros em 2022. Elas pagaram R$ 518 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações e acumularam R$ 2,7 trilhões em receita operacional líquida no período.
A proporção da receita líquida capturada pelas 8 maiores empresas do setor foi de 6,8%, o menor valor da série histórica da pesquisa.
A PAS analisa 7 segmentos, com 34 atividades em nível nacional e 13 atividades em nível regional.
“Parte determinante do desempenho do setor de serviços pode estar associada à intensificação do retorno da atividade econômica após o auge da crise da pandemia de covid-19, além do impulso em setores com forte integração com outras áreas da economia”, afirma o IBGE no relatório que acompanha os dados da pesquisa.
Os resultados, acrescenta, estão inseridos em um contexto de retomada plena das atividades produtivas e de intensificação de “setores-chave” para as pessoas e empresas, como Transportes e Tecnologia da Informação.
Para o IBGE, os dados refletem o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos no período. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3% em 2022. Já a taxa de desemprego fechou o ano em 7,9%, abaixo dos 11,1% em que iniciou.
OCUPAÇÃO
Os serviços profissionais, administrativos e complementares mantiveram a liderança em número de pessoas ocupadas em 2022, com 6,2 milhões de empregados. O setor está no topo do ranking desde 2007.
Em 2º lugar ficaram os serviços prestados principalmente às famílias, com 2,8 milhões de ocupados. Apesar da posição, o setor recuou em 92.400 ocupados em relação ao período pré-pandemia, influenciado principalmente pela atividade de serviços de alimentação, que diminuiu em 112,5 mil pessoas.
Segundo a PAS, as 5 atividades que mais empregaram em 2022 corresponderam a 47,3% da mão de obra de serviços no período. Foram elas:
- serviços de alimentação: 1,65 milhão de pessoas;
- serviços técnico-profissionais: 1,61 milhão de pessoas;
- transporte rodoviário de cargas: 1,19 milhão de pessoas;
- serviços para edifícios e atividades paisagísticas: 1,17 milhão de pessoas;
- serviços de escritório e apoio administrativo: 1,09 milhão de pessoas.
O salário médio mensal do setor de serviços foi de 2,3 salários mínimos, mesmo nível em que estava em 2013, mas abaixo de 2007 (2,6). O salário médio no Sudeste seguiu acima da média nacional, passou de 2,6 salários mínimos em 2013 para 2,7 em 2022.
RECEITA LÍQUIDA
O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio registrou a maior participação em 2022 (29,8%), seguido por serviços profissionais, administrativos e complementares (27,8%) e serviços de informação e comunicação (19,4%). Juntos, somaram 77% da receita operacional líquida de serviços em 2022.
Os 3 segmentos ocupam o topo do ranking desde 2007. Os serviços de informação e comunicação, porém, saíram da posição de líder, com 31,2% de participação para o 3º lugar. Considerando só os 10 anos anteriores, o item perdeu 5,6 pontos percentuais.
RECEITA BRUTA
Os serviços profissionais, administrativos e complementares foram predominantes em 22 de 27 unidades da federação em 2022. Resultado diferente de 2013, quando dominavam 10 UFs.
Nas outras 5 UFs, prevaleceram os serviços de transportes rodoviários, que eram predominantemente só em 2 unidades 10 anos antes.
Os serviços de informação e comunicação, que dominavam 14 UFs em 2013, não prevaleceram em nenhuma área do país em 2022. “Isso se deve, principalmente, à perda de participação da atividade de telecomunicações”, afirma o IBGE.
O Sudeste concentrou 65,4% da receita bruta dos serviços no país em 2022, percentagem próxima a que registrou em 2013 (65,3%). O 2º lugar ficou com o Sul (14,7%), seguido pelo Nordeste (9,8%), Centro-Oeste (7,4%) e Norte (2,6%).
Na análise por Estado, São Paulo respondeu por 45,3% da receita bruta de serviços do país em 2022, seguido por Rio de Janeiro (10,7%), Minas Gerais (7,9%), Paraná (5,3%) e Rio Grande do Sul (4,8%). A ordem do ranking se manteve em relação a 2013.