O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta 3ª feira (7.nov.2023) a alteração da meta de deficit fiscal nas contas públicas em 2024. A posição contraria o objetivo do ministro Fernando Haddad (Fazenda) de zerar o deficit primário no ano que vem.
“Eu sou defensor que haja recursos para investimentos em áreas essenciais do país. Eu defendo alteração da meta. Eu acho que [deve ser feita] de forma responsável, equilibrada”, disse Silveira em conversa com jornalistas na Câmara dos Deputados.
O ministro de Minas e Energia disse, entretanto, que o objetivo de Haddad deve ser “alcançado”, mas “dentro de um período planejado”, que “não sufoque o investimento público”.
Em 27 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo “dificilmente” cumprirá a meta de deficit fiscal zero proposta pela Fazenda. Declarou também que o mercado financeiro é “ganancioso” e que não quer começar o ano cortando “bilhões” de obras e investimentos prioritários.
A declaração de Lula causou tensão no governo, com integrantes a favor do petista e outros defendendo Haddad, como os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente.
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Nesta 3ª (7.nov), a CMO (Comissão Mista de Orçamento) aprovou o relatório preliminar da PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024 e manteve a meta de deficit zero no próximo ano.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Maria Laura Giuliani sob a supervisão do editor Matheus Collaço