Dos 6 maiores bancos brasileiros, os públicos foram os que mais expandiram a carteira de crédito aos pequenos negócios. Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) (crescimento de 22%) e Caixa Econômica Federal (20%) lideram o ranking. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ampliou em 10% e fica em 3º lugar.
Os grandes bancos privados avançaram menos. O Santander (BVMF:SANB11) expandiu o crédito às MPMEs (micro, pequenas e médias empresas) em 7%. O Itaú, 4%. Já o Bradesco (BVMF:BBDC4) retraiu em 2% na comparação anual. Leia o detalhamento:
Não houve variação no acumulado da carteira de todos os bancos. No intervalo de 2022 e no de 2023, a soma das carteiras era de R$ 692 bilhões. Os estatais puxaram o resultado para cima. Os privados, para baixo.
A carteira de crédito funciona como uma lista de todos os empréstimos e financiamentos em andamento em um banco. É dividida para pessoas físicas e também para jurídicas.
A maior expansão do crédito pelos bancos públicos se explica pelo maior incentivo do governo aos pequenos negócios. O maior financiamento do setor pelas instituições do Estado foi uma das promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu discurso no Congresso Nacional no dia da posse, em janeiro.
O BNDES diz que o objetivo do governo está sendo cumprido. A maior oferta de crédito ao empreendedor fomenta a economia e traz mais empregos para o país, disse Alexandre Correa Abreu, Diretor Financeiro e de Crédito Digital para MPMEs do banco de fomento.
“Diria que a promessa feita está sendo cumprida. Agora tem muita coisa para ser feita ainda. Estamos com bastante ideias de melhorar ainda mais o crédito para a micro e pequena empresa”, disse ao Poder Empreendedor.
Algumas das medidas para aumentar o financiamento dos pequenos negócios ainda serão anunciadas ao longo de 2023. Duas se destacam: o lançamento de uma nova versão do Cartão BNDES acompanhado de um aplicativo e o anúncio de refinanciamento de linhas da instituição.
A Caixa atribui a expansão de sua carteira a linhas diferenciadas para os pequenos negócios. O banco foi o que mais emprestou via Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) até agosto de 2023, com cerca de R$ 38,4 bilhões em volume de contratações. Outra linha que se destaca é o Peac-FGI (Programa Emergencial de Acesso a Crédito), com R$ 7,5 bilhões.
POUCO ESPAÇO NA CARTEIRA
Os pequenos negócios são cerca de 94% das empresas no Brasil, segundo dados do governo federal. Mesmo assim, ocupam somente 14% do espaço na carteira de crédito dos bancões. O montante destinado ao segmento é de R$ 691,5 bilhões. O total é R$ 5,1 trilhões.
O banco que reserva mais crédito às MPMEs é o BNDES, com R$ 110 bilhões em um universo de R$ 479 bilhões. A proporção é de 23%.
Apesar de serem os que mais expandiram a carteira, os públicos Banco do Brasil (R$ 116 ao pequeno negócio) e Caixa (R$ 65 bilhões) têm o menor espaço entre os bancões: 11% e 6%, respectivamente.
Cada um dos estatais tem linhas que se destacam. Pode-se dizer que o BB é mais procurado para crédito de pessoa física. O forte da Caixa é o empréstimo para habitação. Como o BNDES é de fomento, é natural destinar mais dinheiro a empresas.
Em números absolutos, o Itaú tem o maior montante destinado aos empreendedores: R$ 170 bilhões. O 2º lugar em quantidade fica com o Bradesco (R$ 167 bilhões), seguido por Banco do Brasil (R$ 116 bilhões). O último lugar no ranking é do Santander (R$ 63 bilhões).
PEGAM CRÉDITO COM COOPERATIVAS
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae indicou que a maioria dos pequenos negócios pegam crédito via cooperativas, como Sicoob e Sicredi. Alexandre Correa disse que o setor é “muito forte” para o crédito do BNDES.
O banco de fomento não tem agências. As linhas são repassadas para esses tipos de organização.
Leia abaixo quais são os bancos em que os pequenos empresários mais conseguiram aprovação de crédito: