BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Dias Toffoli do Supremo tribunal Federal (STF) decidiu pela manutenção da condenação de quatro acusados pelo incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, que matou 242 pessoas.
Relator do caso na suprema corte, Toffoli manteve a condenação dos réus pelo Tribunal do Júri em dezembro de 2021. O STF havia sido provocado por dois recursos extraordinários do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul e pelo Ministério Público Federal.
"(...) determino o imediato recolhimento dos réus à prisão, servindo a presente decisão como mandado", diz o ministro na decisão.
O rol de condenados inclui dois sócios da casa noturna -- e dois integrantes do grupo musical que se apresentava na noite da tragédia na boate, que sediava uma festa universitária.
O incêndio começou quando um dos integrantes da banda disparou um artefato pirotécnico cujas centelhas atingiram parte do teto do prédio -- revestido de espuma -- que pegou fogo. O incêndio se alastrou rapidamente, causando a morte de 242 pessoas e deixando mais 636 feridos.
De acordo com o site de notícias G1, os réus já estão sendo encaminhados para presídios, creditando a informação às defesas.
Ainda de acordo com o G1, a defesa de Mauro Londero Hoffmann e de Marcelo de Jesus dos Santos disse lamentar que o STF "dê esse exemplo de julgamento antidemocrático".
Já a defesa de Luciano Bonilha Leão, também segundo o G1, disse que "todas as defesas foram pegas de surpresa com essa decisão" e que Leão "foi absolvido moralmente e, infelizmente, neste momento, volta ao cárcere de forma injusta".
A defesa de Elissandro Callegaro Spohr, por sua vez, disse receber "com surpresa a decisão do ministro Toffoli, mas com toda serenidade vai buscar acesso ao que foi decidido e tomar as medidas cabíveis".
(Redação Brasília)