BRASÍLIA (Reuters) - Em mais uma reviravolta judicial, o ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça, derrubou a liminar concedida pelo vice-presidente da corte, Jorge Mussi, e devolveu a direção do partido ao advogado Marcus Holanda, em uma mudança que compromete o apoio do partido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acertado na quarta-feira.
Na segunda-feira, Mussi havia concedido uma liminar a Eurípedes Júnior para que retomasse a direção do partido, depois de denúncias de que o grupo de Holanda poderia ter pago por decisões judiciais favoráveis no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. O ministro aceitou a alegação de que havia vícios processuais no caso.
Nesta quinta, Ferreira acatou um pedido de Holanda, que alegou ainda caber recursos na decisão do TJDFT, e derrubou a decisão do colega. Com isso, Holanda volta à direção do Pros e pode manter válida a convenção realizada no último domingo que sacramentou a candidatura do coach Pablo Marçal à Presidência.
De acordo com uma fonte ligada à direção anterior do Pros, Eurípedes Júnior vai recorrer da decisão novamente, já que surgiram mais denúncias hoje, apresentadas pelo jornal Folha de S.Paulo, de que Holanda pagou por decisões favoráveis no TJDFT.
O partido, no entanto, tem pouco tempo para mudar a decisão da convenção e apoiar formalmente Lula --o que interessa ao PT porque aumenta o tempo de televisão do candidato. Uma nova convenção precisa ser feita para aprovar a aliança e o último dia, pela lei eleitoral, é na sexta-feira.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Alexandre Caverni)
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