A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), assina um ensaio no livro “The Center Must Hold” (em português: O Centro Deve Se Manter Firme), do americano Yair Zivan, lançado em 27 de junho. Na obra, Tebet defende o “centro democrático”, em contraponto a um cenário político mundial, em especial da América Latina, do qual ela define passar por uma “crise institucional da democracia, motivada pela polarização”.
O livro está disponível para compra em inglês e conta com a colaboração de personalidades políticas internacionais, como o ex-ministro do Reino Unido Tony Blair, o bilionário Michael Bloomberg e o ex-primeiro-ministro da Austrália Malcolm Turnbull. Tebet é a única brasileira a integrar a obra.
“Minha decisão de concorrer (as eleições de 2022) no que eu considerava um momento crucial para a história do Brasil foi motivada por minha forte crença no centro democrático e em sua capacidade de pacificar e unir o país, bem como de fornecer políticas públicas necessárias para reconstruir o Brasil após a devastação causada pela pandemia”, escreveu a ministra.
Segundo Tebet, a “polarização destrutiva” entre direita e esquerda é prejudicial à democracia. A ministra citou o Brasil como vítima do processo da “crise de confiança” e do “aumento do autoritarismo”, em decorrência do cenário de contraste.
“Por mais difícil que seja, acredito firmemente que as democracias podem despolarizar. Na minha opinião, a crise institucional que muitas democracias enfrentam hoje é o resultado direto de uma crise política […] Em qualquer lugar, a democracia está em risco quando não há associações políticas que busquem constantemente um ponto de equilíbrio capaz de fechar as lacunas abertas pela polarização exacerbada”, disse.
Ainda no artigo, a democrata discorreu sobre sua trajetória política e disse acreditar que a solução para a polarização passa pela própria política, baseado em ideais centristas. “A solução para essa crise não está fora da política. Engajar-se em conversas políticas é a melhor maneira de restabelecer a confiança e superar os impasses. E a melhor posição para engajar-se no diálogo político vem do centro”, afirmou.