O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse esperar que Mark Meadows ainda seja “leal” a ele na acusação de tentativa de subverter o resultado da eleição presidencial de 2020 no Estado da Geórgia. Meadows foi o chefe de gabinete na Casa Branca de 2020 a 2021. Assim como Trump, ele também é réu.
A declaração foi dada em uma entrevista a Kristen Welker, nova moderadora do programa “Meet the Press” da NBC, transmitida no domingo (17.ago.2023).
“A propósito, você acha que seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, ainda é leal a você? Ele simplesmente se declarou inocente no caso da Geórgia”, perguntou Kristen Welker.
“Bem, espero que ele seja leal a mim”, disse Trump.
A entrevista foi gravada em 14 de setembro. Um dia depois, o promotor de Justiça dos EUA Jack Smith pediu uma ordem de silêncio contra Trump à juíza Tanya S. Chutkan. Smith já havia advertido o republicano sobre tentar intimidar as testemunha e tentar coagi-las a mudar a versão do depoimento.
“Tal como a sua anterior campanha de desinformação pública sobre as eleições presidenciais de 2020, as recentes declarações extrajudiciais do réu têm como objetivo minar a confiança do público numa instituição –o sistema judicial– e minar a confiança e intimidar indivíduos –o tribunal, o júri, testemunhas e promotores”, escreveu o gabinete de Smith no pedido.
A juíza Chutkan ainda não se pronunciou sobre o pedido.
Pouco depois que Smith fez a solicitação, Trump disse que o promotor de Biden, Jack Smith, “pediu ao Tribunal que limitasse o 45º presidente e principal candidato republicano (por mais de 50 pontos, e derrotando os democratas!)”.
“Então, estou fazendo campanha para presidente contra uma pessoa incompetente que armou o DOJ e o FBI para perseguir seu oponente político, e não tenho permissão para comentar? Eles vazam, mentem e processam e não me permitem falar?”, questionou o ex-presidente.
Em sua entrevista à NBC, Trump disse ser inocente da acusação de tentativa de fraude eleitoral, apesar de enfrentar processos na Geórgia e em Washington sobre o assunto.
Em 24 de agosto, Trump se entregou às autoridades do condado de Fulton, na Geórgia, para ser fichado no caso.
Ele foi liberado sob condição de pagamento de fiança de US$ 200 mil (cerca de R$ 989 mil, na cotação atual), além de cumprir outras condições de liberdade, como não intimidar testemunhas no caso.