O uso de produtos importados no consumo doméstico desacelerou em 2022. A variação do coeficiente de penetração das importações, que indica o parâmetro, foi menor em 2022: aumentou 1,1 ponto percentual no período e fechou em 25,9%. De 2020 a 2021 o aumento foi mais de duas vezes maior: 2,8 p.p.
Os dados são do estudo Coeficientes de Abertura Comercial, elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
O resultado de desaceleração se explica pela retomada do consumo brasileiro no pós-pandemia, diz o levantamento. As demandas foram impulsionadas pelos bens de consumo, com destaques pelo setor de vestuários e de investimentos.
“Essa dinâmica foi influenciada pela volta ao consumo dos brasileiros, apesar da desvalorização do real e da defasagem na resposta da quantidade importada à taxa de câmbio”, afirma o estudo.
Por outro lado, a influência do mercado internacional na indústria de transformação brasileira aumentou. O coeficiente de exportação cresceu 1,7 p.p. e atingiu 20,3%. O valor supera os 18,6% de 2021. O índice é usado para aferir a parcela de produção destinada ao exterior.
O indicador aumentou por causa do aumento do número de exportações em 2022. A balança comercial, por exemplo, fechou o ano em um saldo positivo de R$ 62,3 bilhões. O número era recorde até o momento.
“Os resultados […] reforçam a relevância das exportações e do comércio internacional como um todo para o aumento da competitividade da indústria brasileira e para a retomada do crescimento econômico do país”, diz a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, em um comunicado à imprensa. Eis a íntegra (PDF – 359 kB).
Ao analisar por setor, as altas mais relevantes no coeficiente de exportação foram:
- fumo: variação positiva de 10,2 p.p;
- celulose e papel: 6,4 p.p;
- madeira: 3,2 p.p;
- produtos de madeira, cortiça, palha e cestaria: 2,2 p.p;
- veículos automotores: 3,3 p.p;
- partes, peças e acessórios para veículos automotores: 1,3 p.p;
- alimentos: 2,7 p.p.
Abaixo, as quedas mais relevantes:
- construção de embarcações: -0,9 p.p;
- aeronaves, naves espaciais e máquinas relacionadas: -3,0 p.p;
- móveis: -1,2 p.p;
- minerais não metálicos: -0,5 p.p.