Por Marcela Ayres e Mateus Maia
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que a volta do crescimento econômico sustentável no Brasil depende da aprovação das reformas, ao ser questionado sobre as sucessivas revisões para baixo do mercado para o desempenho da atividade neste ano.
"O crescimento está aí em torno de 1,5 por cento, mas nos últimos dez anos o crescimento é 0,5 por cento (ao ano), então não há novidade nenhuma nessa desaceleração econômica. O Brasil está prisioneiro de uma armadilha de baixo crescimento e nós vamos escapar disso com as reformas", afirmou.
O mercado passou a projetar uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,49 por cento por cento em 2019, conforme boletim Focus mais recente, na décima semana consecutiva de corte nas expectativas.
Falando a jornalistas após visita do presidente Jair Bolsonaro ao prédio do Ministério da Economia, Guedes afirmou que a reforma da Previdência, encarada como a iniciativa mais importante do governo para a retomada do equilíbrio fiscal, abre um horizonte de 10 a 15 anos de recuperação do crescimento.
Segundo Guedes, a aprovação do texto também desencadeará ondas de investimento interno e externo.
"Nós vamos começar a simplificar e a reduzir os impostos, vamos fazer a descentralização de recursos para Estados e municípios. E o Brasil de julho em diante já está crescendo de novo, essa é a verdade a respeito do crescimento", acrescentou ele.
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado elevar tarifas sobre a China, em novo capítulo de uma disputa comercial que já dura meses, Guedes avaliou que o ambiente externo é de crescimento com menos vigor.
"O mundo depois de crescer por vários anos estimulado pelos bancos centrais, está em desaceleração, em franca desaceleração", disse.
MINHA CASA, MINHA VIDA
Guedes disse ainda que o programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida precisa passar por reavalições em função de um quadro de casas devolvidas e também não terminadas. Ele ressaltou, por outro lado, que a Caixa Econômica Federal está seguindo com as liberações para o programa.
"Não houve da parte da Economia nenhum contigenciamento, nada disso. Está livre para operar e está seguindo normalmente o curso", afirmou o ministro.
"Está havendo conversas do Ministério (de Desenvolvimento Social) com o presidente da Caixa Econômica Federal, estão recalibrando. Porque evidentemente, se tem 70 mil casas devolvidas, 60 mil não terminadas, tem algum problema no programa. Mas dito isso nós estamos seguindo normalmente enquanto fazemos a avaliação", completou.