O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu o reajuste do próprio salário e dos secretários de seu governo em quase 300%, após 16 anos com os vencimentos congelados. No Twitter, o governador argumentou que o aumento é necessário para "atrair e manter" quadros técnicos competentes no Estado.
O projeto de lei que prevê o reajuste foi apresentado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a pedido do governador. Nas redes sociais, Zema afirmou que a remuneração atual do primeiro escalão de seu governo é "incompatível com o cargo".
Atualmente, Zema recebe salário bruto de R$ 10.500; o vice-governador do Estado, Mateus Simões (Novo), de R$ 10.250; e os secretários, de R$ 10 mil. Os valores foram fixados durante o mandato de Aécio Neves, em 2007, e estão em vigor até hoje.
A proposta de reajuste teve como base os vencimentos do desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, para fixar o novo valor para o governador; e dos deputados estaduais para os secretários. Pela regra do funcionalismo público, o teto da remuneração de qualquer servidor no País é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que passará a R$ 41.650,92 a partir de abril e será de R$ 46.366,19 em 2025.
"A proposta visa a uma recomposição das perdas decorrentes da inflação acumulada no período, considerando-se o fato de que os valores atualmente pagos estão em vigor desde janeiro de 2007", diz o projeto.
Pelo projeto de lei apresentado pela Mesa Diretora da ALMG, os vencimentos passam a R$ 41,8 mil para o governador; R$ 37,6 mil para o vice; R$ 34,7 mil para os secretários de Estado e R$ 31,2 mil para os secretários adjuntos. De acordo com o projeto, o aumento será escalonado.
Salário de outros governadores
A remuneração atual dos membros do primeiro escalão do governo de Minas Gerais é inferior comparada a outros Estados. O salário do governador paulista, Tarcísio de Freitas, passou a ser de R$ 34,5 mil no início deste ano; antes do reajuste, era de R$ 23 mil.
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), por exemplo, ganha R$ 33.763,00 por mês. Em Sergipe, o chefe do Executivo estadual, Fábio Mitidieti (PSD), recebe R$ 35.462,22. Atualmente, o governo de Minas é o que tem a menor remuneração do País, seguido por Santa Catarina (R$ 15.000,00) e Maranhão (R$15.384,89).
VEJA A PROPOSTA DA MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA DE MINAS:
Governador
R$ 37.589,96 a partir de 1º de abril de 2023;R$ 39.717,69 a partir de 1º de fevereiro de 2024;R$ 41.845,49 a partir de 1º de fevereiro de 2025.
Vice-governador
R$ 33.830,96 a partir de 1º de abril de 2023;R$ 35.745,92 a partir de 1º de fevereiro de 2024;R$ 37.660,94 a partir de 1º de fevereiro de 2025.
Secretários
R$ 31.238,19 a partir de 1º de abril de 2023;R$ 33.006,39 a partir de 1º de fevereiro de 2024;R$ 34.774,64 a partir de 1º de fevereiro de 2025.
Secretários adjuntos
R$ 28.114,37 a partir de 1º de abril de 2023;R$ 29.705,75 a partir de 1º de fevereiro de 2024;R$ 31.297,18 a partir de 1º de fevereiro de 2025.