"Zona Eleitoral" é uma coluna de notas sobre as eleições gerais deste ano, produzida pelos jornalistas da Reuters no Brasil
25 Ago (Reuters) - O empresário bolsonarista Luciano Hang, um dos alvos de operação da Polícia Federal nesta semana contra executivos que defendiam, em um grupo de WhatsApp, um possível golpe de Estado, teve suas redes sociais derrubadas nesta quinta-feira por decisão judicial.
O Twitter e o Facebook (NASDAQ:META) informaram que retiraram do ar as páginas de Hang nas plataformas em atendimento a uma decisão da Justiça brasileira. As páginas do empresário também foram desativadas no YouTube e no Instagram.
Hang, fundador da Havan, foi um dos oito empresários contra quem a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na terça-feira. Ele negou ter defendido golpe em um grupo de WhatsApp.
FIESP DEFENDE LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou-se nesta quinta a favor da liberdade de expressão, após a operação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra os empresários que teriam defendido um golpe de Estado em caso da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de outubro.
"Na defesa do Estado Democrático de Direito feita pela Fiesp e outras entidades, está implícita, obviamente, a defesa de todos os seus pilares, o que inclui a liberdade de expressão e de opinião e imprensa livre. Esses são valores inegociáveis", afirma a nota da entidade.
A nota da Fiesp vem um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrar uma reação contra a operação da PF por parte dos signatários da recente carta pela democracia. "Cadê aquela turminha da carta pela democracia?", indagou o presidente.
NA URNA, CONFIAMOS
Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira apontou que a maioria dos entrevistados confia na urna eletrônica, ao mesmo tempo que também mais de 50% dos ouvidos vê algum risco de fraude eleitoral, mesmo que pequeno.
Segundo o levantamento, feito pela internet e com margem de erro de 1 ponto percentual, 52,6% disseram confiar nas urnas eletrônicas, ao passo que 36,1% afirmaram não confiar. Ao mesmo tempo, 57,7% disseram ver risco de fraude --35,7% risco alto e 22% risco baixo--, enquanto 31,7% avaliaram não haver risco nenhum.
Para a pesquisa encomendada pela consultoria política Arko Advice, o AtlasIntel coletou respostas de 7.475 pessoas pela internet entre os dias 20 e 24 de agosto.
CONTRA MACONHA E ABORTO
A pesquisa AtlasIntel também apontou ampla rejeição da população à legalização da maconha e do aborto, bandeiras que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atribui falsamente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua cruzada na pauta de costumes que visa principalmente elevar a rejeição do petista entre evangélicos.
De acordo com a pesquisa, 68,5% se colocaram contra a legalização da maconha, enquanto 19,6% afirmaram ser a favor. Ainda, 60,8% declararam-se contra a legalização do aborto, ao passo que 20,7% disseram-se favoráveis.
DITADURA NUNCA MAIS
O levantamento online também mostrou esmagadora rejeição à instalação de uma ditadura militar no Brasil, com 78% contrários e apenas 8,9% favoráveis.
Bolsonaro costuma elogiar a ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985 e, em protestos favoráveis ao presidente, apoiadores muitas vezes pedem uma "intervenção militar" e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
VOLTAS QUE O MUNDO DÁ
Lula, que na noite desta quinta será entrevistado na bancada do Jornal Nacional, lembrou em publicação nas redes sociais que, da última vez que foi ao telejornal da TV Globo como candidato, em 2006, seu adversário na corrida eleitoral daquele ano era Geraldo Alckmin, então no PSDB. Hoje o ex-governador de São Paulo está no PSB e é candidato a vice na chapa do petista.
"Bom dia. Hoje serei entrevistado como candidato no Jornal Nacional. A última vez foi na eleição de 2006, quando meu adversário era… o @geraldoalckmin", escreveu Lula no Twitter. "Hoje iremos juntos até lá."
TEBET QUER VOLTA DO PLANEJAMENTO
Candidata do MDB à Presidência, a senadora Simone Tebet defendeu em publicação no Twitter nesta quinta a recriação do Ministério do Planejamento, extinto em 2019 por Bolsonaro e incorporado a uma pasta da Economia turbinada sob comando de Paulo Guedes.
"Em nosso governo, vamos recriar o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde), reduzir as filas de espera por consultas, exames e cirurgias e acabar com o orçamento secreto. Transparência total com o dinheiro público!", escreveu a emedebista, que aparece em um distante quarto lugar nas pesquisas, com menos de 5% da preferência do eleitorado.
(Por Eduardo Simões, André Romani e Pedro Fonseca)