Por Enrico Dela Cruz
MANILA (Reuters) - Os futuros do aço na China caíram quase 4% nesta terça-feira, o maior recuo em mais de nove meses, devido a preocupações sobre uma prolongada fraqueza na demanda pelo material para construção e manufatura, enquanto o minério de ferro também teve significativa retração.
O contrato mais negociado do vergalhão de aço na bolsa de Xangai fechou em queda de 3,7%, a 3.281 iuanes por tonelada.
O contrato de referência já caiu mais de 10% desde julho, pressionado por uma demanda sazonal fraca e com perspectivas de que o consumo de aço possa ser impactado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.
A queda continuou apesar do presidente norte-americano Donald Trump ter previsto na segunda-feira um acordo comercial com a China após gestos positivos de Pequim, o que ajudou investidores a recuperar alguma confiança após uma derrocada dos mercados globais.
Mas ainda há "um grau de ceticismo sobre a probabilidade de qualquer progresso concreto no curto prazo" nas conversas comerciais entre EUA e China, disse a ANZ Research.
O cenário negativo em termos de perspectivas para a demanda por aço, assim como cortes de produção na China como medida anti-poluição, impactaram os preços do minério de ferro.
O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de Dalian, para janeiro de 2020, fechou em queda de 3,1%, a 586 iuanes por tonelada, com perda de 15% no trimestre, após cinco trimestres consecutivos de ganhos.
"Junto com o mercado de aço mais lento, uma inesperada alta nas importações de minério de ferro (pela China) em julho e elevados estoques nos portos pressionaram os preços do minério", disse a analista Helen Lau, da Argonaut Securities.
Em Cingapura, o primeiro contrato do minério de ferro recuava 2,7%, para 81,44 dólares.