Ações asiáticas caem firme com rigidez do Fed; rali nas ações chinesas pausa

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Por Ambar Warrick

Investing.com – Os mercados asiáticos recuaram na quinta-feira, diante de uma postura mais rígida do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e da incerteza na China quanto aos planos do país de recuar em relação aos bloqueios sanitários contra a Covid.

O índice Shanghai Shenzhen CSI 300, que reúne ações chinesas de grande capitalização, caiu 1%, ao mesmo tempo em que o Shanghai Composite se desvalorizou 0,40%. Ambos os índices acumulam uma alta de quase 3% cada na semana, diante da especulação de que a China pretende em algum momento flexibilizar sua política de Covid zero no ano que vem. Mas as autoridades locais não emitiram qualquer comunicado oficial sobre a questão.

O índice Hang Seng de Hong Kong foi o que registrou o pior desempenho no dia, caindo 3%, devido à queda das ações de tecnologia, afetadas pela elevação de juros do Fed. A Autoridade Monetária de Hong Kong também elevou os juros na quinta-feira, a fim de tentar acompanhar o banco central americano, o que acabou tendo um efeito negativo sobre as ações locais.

Além disso, uma pesquisa privada mostrou que o setor de serviços na China encolheu mais do que o esperado em outubro, indicando que os transtornos relacionados à Covid continuaram impactando a segunda maior economia do planeta. O número fraco e a incerteza em relação à política de Covid zero amargaram o sentimento nos mercados chineses.

As ações asiáticas também caíram de forma geral. O índice Nifty 50 da Índia recuou 0,2%, ao passo que o Taiwan Weighted se desvalorizou 0,9%. O foco na Índia também estava voltado ao início de uma reunião do banco central fora do ciclo, na quinta-feira, com a expectativa de que a instituição oferecesse mais sinalizações em relação à trajetória da política monetária em meio à disparada da inflação.

O índice S&P/ASX 200 da Austrália caiu 1,8%, enquanto o índice referencial da Malásia liderou as perdas no Sudeste Asiático, com uma desvalorização de 1,3%.

O Fed elevou os juros em 75 pontos-base (pb), como se esperava. O presidente da instituição, Jerome Powell, rechaçou o rumor de uma possível pausa nas altas de juros e alertou que as taxas nos EUA devem atingir o pico em um nível muito maior do que inicialmente se esperava.

Seus comentários desencadearam uma forte queda dos mercados de risco, com as ações americanas despencando ao longo da noite.

Mas Powell também reforçou a possibilidade de elevações menores de juros daqui para frente, aumentando as apostas dos operadores de que a alta em dezembro será de 50 pb.

A alta dos juros pesou bastante sobre os mercados asiáticos neste ano, ao restringir as condições de liquidez e tornar a dívida de baixo risco mais atraente. A expectativa é que essa tendência continue no curto prazo, na medida em que a inflação persistentemente alta ao redor do mundo aumenta a necessidade de juros maiores.

O Banco da Inglaterra também deve elevar os juros hoje.