Investing.com – As ações da Boeing (NYSE:BA) despencavam antes da abertura das bolsas nesta segunda-feira, 8, em Nova York, após notícias de que a fabricante de aeronaves e as autoridades dos EUA não chegaram a um acordo sobre os critérios para inspeções de segurança, em vista de uma ruptura na fuselagem de um 737 Max em pleno voo na semana passada.
Às 9h de Brasília, os papéis da companhia recuavam 8,10% a US$ 288,81.
Na sexta, um tampão de uma porta de emergência se soltou do lado esquerdo de um jato Boeing 737 Max 9 logo após a decolagem de um voo da Alaska Airlines de Portland, Oregon, para Ontario, Califórnia. Os pilotos retornaram e pousaram o avião. Vários passageiros foram tratados por ferimentos leves, mas não houve mortes relatadas.
A Federal Aviation Administration (FAA, a agência de aviação civil dos EUA) ordenou o aterramento temporário de cerca de 171 jatos da Boeing no sábado. A agência disse mais tarde que os aviões não voltarão a voar até que esteja “satisfeita de que eles são seguros”.
"Estamos cientes do incidente envolvendo o voo 1282 da Alaska Airlines", declarou um porta-voz da Boeing. “Estamos trabalhando para reunir mais informações, em contato constante com nosso cliente da companhia aérea."
No entanto, segundo a Reuters, citando fontes a par do assunto, a FAA e a Boeing ainda não concordaram sobre os critérios para as verificações de segurança - um passo crucial antes que as inspeções possam ocorrer e os voos possam ser retomados.
A Boeing, por sua vez, pretende realizar uma reunião em toda a empresa para discutir o incidente, de acordo com notícias da mídia. A empresa já enfrentou grandes investidores por conta de dois acidentes fatais envolvendo seu avião 737 Max 8 em 2018 e 2019.
Segundo o National Transportation Safety Board (NTSB, agência de segurança de transporte dos EUA), um “componente ausente” do jato Max 9 envolvido no incidente foi encontrado e recuperado do quintal de uma casa nos subúrbios de Portland. Um porta-voz do NTSB chamou a peça de “crucial” para determinar a causa do acidente.
Analistas do Citi disseram em uma nota aos clientes que não esperam que este último problema afete outras versões do 737, porque o modelo Max 9 é “o único que suporta uma configuração que permite uma porta tampada”. Com isso, argumentaram que provavelmente houve uma falha com “esta aeronave específica” em vez de um problema de projeto mais amplo.
“Isso provavelmente limita a exposição financeira da [Boeing] a um valor insignificante no contexto de metas de longo prazo”, acrescentaram os analistas da Citi.
A Spirit Aerosystems, sediada no Kansas (NYSE:SPR), fabricou e instalou o tampão que se soltou, conforme a Reuters, citando fontes. As ações da empresa também recuaram no pré-mercado desta segunda.