SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Log Commercial Properties estrearam nesta sexta-feira no Novo Mercado da bolsa paulista com queda de dois dígitos, após a construtora com foco em imóveis econômicos MRV (SA:MRVE3) transferir proporcionalmente aos demais acionistas sua participação de 46,3 por cento na subsidiária de galpões logísticos, em uma operação para cisão do negócio.
Às 12:45, as ações da Log cediam 39,96 por cento, a 17,22 reais, depois de abrirem a 16 reais, com queda de 44,2 por cento em relação ao valor de referência de 28,68 reais estabelecido com base no fechamento da MRV na véspera, a 12,70 reais.
Com a cisão da Log, os papéis da construtora passaram a ser negociados na proporção de 83,71 por cento do preço de fechamento da quinta-feira. Há pouco, a MRV avançava 12,7 por cento, a 11,98 reais.
A construtora anunciou em 29 de outubro os planos de cisão parcial da controlada de galpões logísticos Log, que atua em 25 cidades em 9 Estados. A transação, que foi aprovada pelos acionistas da construtora em 12 de dezembro, será seguida por um aumento de capital.
Em comunicado nesta sexta-feira, a Log convocou reunião do seu conselho de administração para deliberar sobre um aumento de capital privado de 300 milhões de reais ao preço de 22 reais o papel, no qual a Conedi Participações, veículo da família Menin, se comprometeu a subscrever, no mínimo, 100 milhões de reais no exercício do seu direito de preferência.
"Esse tipo de operação não é muito convencional no mercado de capitais, achamos que era oportunidade boa a Log partir por esse caminho", afirmou à Reuters o presidente do conselho de administração da Log e da MRV, Rubens Menin. De acordo com ele, a separação dos negócios deve destravar valor aos acionistas.
O presidente da Log, Sérgio Fischer, destacou que a companhia deve chegar a 2 milhões de metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL) em 2023. Ele ainda projeta para o período lucro operacional de 260 milhões de reais, levando em conta o aumento de capital.
A listagem das ações da Log é a segunda feita pela família Menin na bolsa paulista este ano. A primeira foi a oferta pública inicial de ações (IPO) do Banco Inter (SA:BIDI4), em maio, que movimentou 721,9 milhões de reais.
(Por Gabriela Mello)