Por Ozan Ergenay e Andrey Sychev
(Reuters) - As ações da Volkswagen (ETR:VOWG) recuavam mais de 2% nesta segunda-feira, com analistas citando incertezas sobre o acordo de corte de custos da montadora com os sindicatos e prováveis obstáculos em 2025.
O acordo de sexta-feira, saudado pelos sindicatos como um "milagre de Natal", prevê mais de 35.000 demissões futuras e uma redução da produção em quase um quarto, mas sem fechamentos imediatos de fábricas ou demissões em massa.
Segundo o analista da Jefferies, Philippe Houchois, o projeto ficou aquém das ambições iniciais da administração e das expectativas do mercado, além de não ter senso de urgência.
Dado o ritmo de mudança nas empresas rivais e o ambiente competitivo no setor, "há um risco de que os ganhos cheguem tarde demais e não sejam suficientes", escreveram analistas da ODDO BHF em nota aos clientes.
Eles acrescentaram que o ritmo dos lucros da VW também não deve melhorar significativamente no ano que vem, dada a fraca demanda na China e as possíveis tarifas após a eleição de Donald Trump.
Analistas da Jefferies e da ODDO BHF disseram que mais detalhes são necessários para entender como a administração da VW pretende atingir os cortes de custos anunciados de 15 bilhões de euros por ano.
O impacto do acordo nos custos só se tornará visível depois de 2025, e este é apenas o começo de um processo de 5 anos, escreveram analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) em uma nota, embora tenham chamado isso de "um passo positivo na direção certa".
Por volta de 09h00 (horário de Brasília), as ações da Volkswagen caíam 2,32%, para 86,48 euros em Frankfurt.
As ações da Volkswagen caíram mais de 20% este ano e estão sendo negociadas em torno dos níveis de 2010.
(Reportagem de Ozan Ergenay e Andrey Sychev em Gdansk)
(edição de Jason Neely)