Investing.com – O mercado reagiu mal ao balanço da Weg (BVMF:WEGE3). Com receitas afetadas pela variação do câmbio e pressão no mercado interno, analistas, em sua maioria, tinham expectativas mais elevadas para a companhia, ainda que destaquem a eficiência de suas operações.
Às 10h55 (de Brasília), os papéis despencavam 6,40%, a R$32,77.
Em relatório enviado aos clientes e ao mercado, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) disse que o balanço reforça as expectativas de desaceleração nas receitas no segundo semestre deste ano, ainda que com queda em ritmo mais intenso ao projetado a nível trimestral. O EBITDA ficou 6% abaixo das projeções.
“A Weg destacou que o menor crescimento das receitas consolidadas frente ao observado nos últimos trimestres concentrou-se principalmente no mercado interno, dada a difícil comparação em segmentos como geração solar distribuída e a valorização do real frente ao dólar - que em por sua vez impactou negativamente a conversão das receitas do mercado externo”, citam Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins. O GS possui indicação neutra para Weg, com preço-alvo de R$44,20.
A Guide Investimentos também considerou o impacto do resultado reportado como negativo. “A receita líquida da companhia vem sendo impactada negativamente pelo cenário interno desafiador. Contudo, ela vem conseguindo manter sua eficiência como podemos notar pela evolução do ROIC e margem EBITDA. No consolidado, a receita líquida e o EBITDA vieram abaixo do esperado pelo mercado”, concorda. “O crescimento ano contra ano é reflexo principalmente da estabilização dos custos das matérias-primas, combinada com a alteração do mix de produtos vendidos”, conclui Mateus Pazin Haag.
Por outro lado, João Daronco, analista da Suno Research, avalia que a empresa continua a apresentar bons resultados e em linha as projeções da casa de análise, demonstrando a solidez das atividades. “O principal destaque da companhia segue sendo o seu retorno sobre capital investido, acima de 30% e crescente trimestre após trimestre. Na comparação trimestral, a companhia apresentou queda na receita, EBITDA e lucro líquido, movimento esperado”, pondera.
Dados da Weg
A Weg reportou Receita Operacional Líquida (ROL) de R$ 8,07 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma valorização de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mas queda de 1,2% em relação aos três meses imediatamente anteriores. O EBITDA alcançou R$1,738 bilhão, acréscimo de 10,9% na base anual, mas recuo trimestral de 5,1%. Ainda segundo o release de resultados da Weg, a margem EBITDA de 21,5% ficou 1,7 ponto percentual maior do que no 3T22 e 0,9 ponto percentual menor do que o trimestre anterior. O lucro líquido, por sua vez, totalizou R$1,311 bilhão, alta 13,3% em relação ao 3T22 e diminuição de 4,1% ante o segundo trimestre.
Segundo a companhia, o balanço teve desempenho positivo nas margens operacionais e no retorno sobre capital investido. "A manutenção da eficiência operacional de nossas unidades industriais no Brasil e exterior, a boa demanda por produtos de ciclo longo e o mix de produtos vendidos continuaram contribuindo para esse desempenho", destacou a Weg, no documento.
“Mesmo em um ambiente de acomodação na demanda por equipamentos industriais, conseguimos crescer em segmentos importantes como óleo & gás e água & saneamento”, conclui a Weg.