SÃO PAULO (Reuters) - As ações de empresas de controle estatal dispararam na bolsa paulista nesta quarta-feira, em meio a ajustes de posições após nova pesquisa mostrar o fortalecimento do candidato Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial, enquanto aumentou a rejeição ao segundo colocado, Fernando Haddad, do PT.
- Por volta das 11:25, as preferenciais da Eletrobras (SA:ELET3) saltavam 11,5 por cento e os papéis ordinários da elétrica disparavam 10,4 por cento.
- Banco do Brasil (SA:BBAS3) ON tinha elevação de 7,8 por cento. Na máxima da sessão, mais cedo, subiu 12,69 por cento.
- As preferenciais da Petrobras (SA:PETR4) subiam 4,65 por cento e as ações ON da petrolífera valorizavam-se 3,29 por cento. Mais cedo, no melhor momento da sessão, tais papéis registraram altas de 11,39 e 10,42 por cento, respectivamente.
- No mesmo horário, o Ibovespa subia 2,94 por cento.
- Pesquisa Datafolha mostrou na noite de terça-feira Bolsonaro com 32 por cento das intenções de voto, contra 28 por cento em levantamento anterior. A sondagem também mostrou que o percentual dos que afirmam que não votariam em Haddad de jeito nenhum subiu para 41 por cento, ante 32 por cento na pesquisa anterior.
- Agentes financeiros reforçavam apostas da presença de Bolsonaro mais competitivo no segundo turno da eleição, bem como começavam a especular sobre a possibilidade de ele vencer já em primeiro turno, na votação deste domingo, após o Datafolha confirmar tendência sinalizada pelo Ibope na segunda-feira.
- Além do sentimento anti-PT, a predileção de agentes financeiros por Bolsonaro encontra respaldo no economista liberal e oriundo do mercado Paulo Guedes, principal conselheiro econômico do candidato do PSL.
- Os economistas Leonardo Fonseca e Lucas Vilela, do Credit Suisse no Brasil, destacaram que a pesquisa Datafolha sugere um forte aumento na competitividade de Bolsonaro, mas ainda avaliam que a maior probabilidade é de ele vencer em um segundo turno contra Haddad, não na primeira rodada de votação.
- Em relatório, eles calculam que, para Bolsonaro vencer ainda no primeiro turno, seria necessário o mesmo movimento de votação estratégica que ocorreu com Aécio Neves (PSDB) nas eleições de 2014. "Considerando a soma atual das intenções de voto dos outros candidatos de centro-direita (18 por cento de Geraldo Alckmin, João Amoedo, Henrique Meirelles, Álvaro Dias, Cabo Daciolo), Bolsonaro precisa de uma transferência de 61 por cento para ganhar a eleição no primeiro turno", disseram os economistas.
(Por Paula Arend Laier)