SÃO PAULO (Reuters) - As ações das processadoras brasileiras de carnes avançaram acentuadamente nesta segunda-feira, com perspectivas de exportações mais fortes à União Europeia depois do acordo comercial atingido na semana passada com o Mercosul.
A JBS, maior produtora de carnes do mundo, avançou 5,5%, enquanto sua rival BRF, maior exportadora mundial de frango, saltava 8,7%. A Marfrig, que negocia fusão com a BRF, subiu 3%.
Pelo acordo anunciado na sexta-feira, os europeus reduzirão as tarifas a uma série de commodities agrícolas do Mercosul, incluindo carnes (bovinas, suínas e de aves), açúcar, queijo e mel, de acordo com os termos detalhados pela UE.
A UE aceitou diminuir as barreiras impostas a 82% das importações agrícolas oriundas do Mercosul num período de transição de 10 anos, disse Bruxelas, adicionando que a UE também ofereceu acordos parciais, incluindo cotas para produtos agrícolas mais sensíveis.
Para a carne bovina, Bruxelas disse que o acordo permitirá que a UE importe 99 mil toneladas por ano do Mercosul, com uma tarifa de 7,5%.
O acordo também permite a importação sem taxas de 180 mil toneladas de carnes de aves do Mercosul, além de 25 mil toneladas de carne suína com tarifa de 83 euros por tonelada, segundo os termos do pacto, que será implementado em fases.
A UE e o Mercosul formam juntos um mercado de 780 milhões de pessoas e um quarto do produto interno bruto (PIB) global, disse o Ministério da Agricultura na semana passada.
No ano passado, as exportações brasileiras à UE somaram cerca de 42 bilhões de dólares, quase um quinto das exportações totais do país, segundo a pasta.
(Reportagem de Ana Mano)