Madri, 8 dez (EFE).- O crescimento dos países latino-americanos, que passam ao largo da crise mundial, faz com que eles seja um bom momento para o mercado de trabalho da região, segundo disse à Agência Efe o diretor da multinacional de recursos humanos Adecco para a Espanha, Portugal e América Latina, o espanhol Enrique Sánchez.
A empresa com sede em Zurique (Suíça), que proporciona diariamente trabalho a mais de meio milhão de pessoas no mundo todo e conta com 29 mil funcionários tem a América Latina como alvo para expandir suas atividades, porque a região não recebeu de forma direta o impacto da crise econômica que afetou Estados Unidos e Europa.
"A América Latina está em bom um momento de crescimento. Todos os países estão crescendo em um dígito (percentual do PIB), fazem parte dos países emergentes, como os do Leste (europeu) e Ásia, onde as empresas estão se movimentando. São países que progrediram muitíssimo", afirmou Sánchez em entrevista à Efe.
Para o diretor, a Adecco - que oferece seleção de pessoal, trabalho temporário, recursos humanos, formação, consultoria e prevenção de riscos trabalhistas - também tem essa tendência.
"Estamos presentes em todos os países e em um momento dinâmico, de crescimento do negócio e de resultados", disse Sánchez.
No lado positivo, o presidente disse que "economicamente (os latino-americanos) são países prósperos, com grandes recursos naturais", nos quais as multinacionais têm campo após sair da Europa, porque "os Estados estão provocando que haja maior abertura, e isso é bom".
"Embora seja preciso ser moderadamente otimista, porque ainda falta segurança jurídica, desenvolvimento de infraestruturas adequadas, existe certo grau de corrupção, às vezes as regras do jogo mudam da noite para o dia, há inflação alta em muitos países, volatilidade nas moedas e isto cria incerteza", continuou Sánchez.
Isso não impede, segundo o diretor da Adecco, que seja "um momento de oportunidades", mas levando em conta que os países são diferentes e, portanto, as oportunidades de negócio também o são.
Ele disse que sua empresa é líder no setor de recursos humanos privado na Argentina, Colômbia e México, três dos principais mercados junto com o Brasil, onde está desenvolvendo operações no meio de "grandes complexidades", sobretudo devido à "protecionista" legislação em matéria trabalhista.
Quanto aos perfis de trabalho mais requeridos na região, o diretor da Adecco disse que as multinacionais requerem para seus postos profissionais qualificados (engenheiros e técnicos), geralmente estrangeiros, enquanto para ofícios menos especializados ou sem qualificação os mercados nacionais se abastecem sem problemas de mão de obra local. EFE