Por Tim Hepher
TOULOUSE (Reuters) - A europeia Airbus está encerrando a produção do superjumbo A380, conforme vendas fracas o forçaram a abandonar o sonho de dominar os céus com um 'cruiseliner' do século XXI.
O maior avião de passageiros do mundo, com dois decks de grandes cabines e espaço para 544 pessoas, foi projetado para desafiar o legendário 747 da Boeing, mas não conseguiu se firmar quando as companhias aéreas preferiram uma nova geração de jatos menores e mais ágeis.
Confirmando um abalo reportado pela Reuters, a Airbus disse nesta quinta-feira que o último A380 será entregue em 2021.
A decisão veio depois que a Emirates - a maior cliente do A380 - foi forçada a reduzir suas encomendas do superjumbo após uma disputa de motores e uma revisão mais ampla da frota, optando por encomendar um total de 70 unidades menores do A350 e A330neo.
Sem a demanda antecipada, a Airbus disse que suas linhas de montagem secariam.
"Esta foi uma decisão conjunta. Não podemos correr atrás de ilusões e temos que tomar a única escolha sensata e parar com este programa", disse o presidente da Airbus, Tom Enders.
A Airbus disse que entraria em negociações com os sindicatos nas próximas semanas sobre os 3.000 a 3.500 empregos potencialmente afetados. Enders disse posteriormente que a empresa não poderia garantir que todos manteriam seus empregos.
Os empregos em risco são principalmente na França e na Alemanha, mas também pode haver um impacto na Espanha e no Reino Unido.
A Airbus teve uma despesa de 463 milhões de euros para os custos de encerramento, mas é esperado que sejam perdoados cerca de 1 bilhão de euros de empréstimos pendentes de governos europeus de um sistema de financiamento que está no centro de uma disputa comercial com a Boeing.
(Por Tim Hepher em Toulouse)