SÃO PAULO (Reuters) - A norte-americana Albaugh, especializada na produção de defensivos agrícolas genéricos, vai investir 300 milhões de dólares no Brasil nos próximos três anos, buscando praticamente quadruplicar sua participação no mercado brasileiro, disse nesta quinta-feira o presidente da companhia no país.
"O mercado brasileiro é o maior mercado de agroquímicos do mundo... Este ano, o mercado vai girar de 10 bilhões de dólares", disse à Reuters o executivo Renato Seraphim.
A empresa tem hoje 0,9 por cento de participação no mercado brasileiro de defensivos e espera ampliar a fatia para 4 por cento em cinco anos, revelou ele.
A Albaugh está presente no Brasil desde 2005, por meio de sua subsidiária Atanor. Recentemente, com a aquisição da Consagro, a empresa passou a se chamar Albaugh Brasil, em sincronia com o lançamento de uma marca unificada em todos os países de atuação da companhia, que incluem Argentina, México, Canadá, China e Europa, além dos Estados Unidos.
Entre outras atividades, a Albaugh atua na fabricação de defensivos "pós-patente", que são aqueles lançados há mais de 10 anos e já caíram em domínio público, como é o caso do glifosato, muito utilizado em lavouras de soja transgênica no Brasil.
Pela estimativa de Seraphim, 85 por cento do consumo de defensivos agrícolas no Brasil é de genéricos.
O consumo de agroquímicos no Brasil é elevado porque combina grandes volumes de produção --com pelo menos duas safras de grãos por ano, além de plantio de cana e café-- e clima tropical, com alta incidência insetos, fungos e plantas invasoras. É uma condição que não existe em grandes regiões produtoras como a América do Norte e o leste europeu, onde o inverno congelante inibe a proliferação de pragas e doenças.
Os recursos anunciados pela norte-americana serão usados na ampliação da fábrica em Resende (RJ), onde são fabricados muitos dos 20 produtos comercializados pela empresa no Brasil, como fungicidas, inseticidas e herbicidas.
A Albaugh, assim como muitas empresas do setor, importa os componentes ativos de seus produtos de países como China e Índia. Contudo, dentro de cinco anos, a companhia espera estar preparada para sintetizar na fábrica local uma molécula de fungicida que poderá inclusive ser exportada para outros mercados.
(Por Gustavo Bonato)