Berlim, 4 dez (EFE).- A Promotoria alemã da cidade de Bochum, no oeste do país, trouxe à tona uma fraude fiscal com depósitos não declarado de investidores germânicos no instituto bancário suíço UBS no valor de 2,9 bilhões de euros, informou nesta terça-feira a imprensa local.
Segundo o jornal "Süddeutsche Zeitung", a promotoria de Bochum descobriu uma "fraude fiscal em massa" ao avaliar o conteúdo de um CD com dados de clientes alemães do UBS, entre eles 750 fundações e 550 particulares.
Somente em relações às fundações, a fraude ao fisco alemão gira em torno de 204 milhões de euros em impostos, assinalou o jornal, no qual o chefe do Sindicato Fiscal Alemão, Thomas Eigenthaler, comenta que, segundo seus cálculos, fundações e cidadãos alemães têm depositado na Suíça cerca de 150 bilhões de euros não declarado.
Além disso, Eigenthaler lembra que o estado federado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, no qual se encontra Bochum, compra sistematicamente informações sobre sonegadores alemães na Suíça desde 2007.
Segundo o chefe do Sindicato Fiscal Alemão, desde que essa prática foi iniciada, mais de 40 mil envolvidos entraram em contato com a justiça para evitar castigos maiores.
Em sua edição desta terça-feira, o jornal também revela que o governo do citado estado adquiriu nos últimos meses quatro discos compactos por 3,5 milhões de euros, os quais foram responsáveis pela recuperação de 1,3 bilhão de euros em impostos sonegados nos últimos meses.
Por conta desta prática, Eigenthaler exige a eliminação total do sigilo bancário na Suíça, que, em sua opinião, não só estimula a fraude fiscal, como também serve para lavagem de dinheiro procedente de atividades criminosas, como o tráfico de drogas, armas e pessoas.
O novo caso em torno do banco UBS se produz poucas semanas depois que o Bundesrat, a câmara alta alemã, rejeitasse a ratificação do acordo fiscal assinado entre Alemanha e Suíça.
O acordo fiscal previa que o dinheiro não declarado depositado por cidadãos alemães na Suíça passasse a receber um imposto único entre 21% e 41%, dinheiro que devia ser transferido ao fisco alemão de maneira anônima e com dez anos de efeitos retroativos.
Além disso, o acordo também estipulava que, a partir de 2013, os depósitos de alemães na Suíça teriam que ter as mesmas cargas fiscais se tivessem ficado em seu país.
Se fosse aprovado, o acordo fiscal entre Alemanha e Suíça poderia reportar ao fisco alemão uma receita anual de 10 bilhões de euros a partir de 2013.
Os estados federados alemães, no entanto, consideram que o acordo fiscal entre Alemanha e Suíça é insuficiente para solucionar a fraude e, como no caso da Renânia do Norte-Vestfália, estimam que a caça dos sonegadores com a ajuda de dados reportados por métodos pouco ortodoxos é mais produtiva e serve melhor. EFE