Por Sabine Siebold
BERLIM (Reuters) - As forças militares da Alemanha têm receios de que o cargueiro militar A400M da Airbus não vai atender suas necessidades, em um momento em que o desenvolvimento da aeronave enfrenta mais dificuldades, segundo um relatório visto pela Reuters.
O relatório militar confidencial diz que há um "risco significativo" de que o A400M não cumpra todas as exigências táticas previstas até o momento em que as forças armadas aposentem a frota de aviões C-160 Transall, após 2021.
"Não está claro se, quando ou como muitos A400M maduros estarão disponíveis com o conjunto contratado necessário de capacidades táticas", disse o relatório. "Há riscos significativos associados com a disponibilidade das capacidades táticas no momento de aposentadoria dos C-160. Uma lacuna de capacidade não pode ser excluída após 2021."
Os problemas incluem tratamento de dados como a necessidade de introduzir informações de consumo de combustível em múltiplos sistemas, significando que poderia levar até 50 horas de trabalho para se planejar retiradas médicas e outras missões, o que o relatório disse ser inaceitável operacionalmente.
A Airbus, que no mês passado recebeu uma nova multa de 1,3 bilhão de euros referente ao programa multinacional do A400M, disse que a avaliação alemã sobre tempo para planejamento de missão era significativamente diferente da de outros países. Por exemplo, o serviço militar francês levou no máximo 90 minutos para planejar uma missão tática e apenas de 40 a 60 minutos para planejar uma missão, disse à Reuters um porta-voz.
O investimento no programa A400M foi inicialmente avaliado em 20 bilhões de euros, mas já ultrapassou 30 bilhões, disseram fontes à Reuters no ano passado.
A Alemanha, maior compradora do A400M recebeu 17 dos 53 A400M que planeja comprar.
O relatório alemão disse que o processo de planejamento de missão significava que determinadas tarefas, como fornecer alívio em situações de desastre ou retirar soldados feridos, "não podem ser executados".
Embora o planejamento possa ser reduzido em seis a dez horas, isso só foi possível ao reduzir o peso com passageiros e equipamento, afirma o relatório.