Por Markus Wacket
BERLIM (Reuters) - A Alemanha deverá fechar todas as suas termelétricas a carvão até no máximo 2038, disse neste sábado uma comissão montada pelo governo, que também propôs o rapasse de ao menos 40 bilhões de euros (45,7 bilhões de dólares) em auxílio às regiões impactadas pelo plano de desativação.
Os planos da comissão estão no centro da estratégia alemã para fazer a transição para fontes renováveis, que no ano passado alcançaram 40 por cento da matriz energética, ficando acima do carvão pela primeira vez.
As propostas da comissão para o carvão, que foram finalizadas depois de mais de 20 horas de negociações finais, servem como guia para o governo em seus esforços para aprovar leis que prevejam o planejado fim do uso de carvão.
O organismo acordou que ao menos 40 bilhões de euros sejam repassados como auxílio a Estados mineradores de carvão afetados pelo fim do uso do recurso, menos do que os 60 bilhões de euros pleiteados.
“Este plano vai tornar possível alcançar as metas climáticas estabelecidas pelo governo alemão, mas também vai, e isso é muito importante, tornar reais suprimentos de energia barata e segura se o governo alemão implementar nossas recomendações”, disse Barbara Praetorius, professor ambientalista que foi uma das quatro líderes da comissão.
“Uma grande maioria da população apoia o fim do uso de carvão ... mas isso deve ser confiável, acessível e aceitável para as regiões.”
Como primeiro passo, será solicitado a operadoras como a RWE, Uniper, EnBW e Vattenfall que desliguem cerca de 12,7 gigawatts em capacidade de geração até 2022, o equivalente a cerca de 24 grandes usinas geradoras, de acordo com o relatório ao qual a Reuters teve acesso.
Pelo planejamento proposto, a capacidade de geração a carvão na Alemanha deve cair mais da metade, para 17 gw até 2030.
“A comissão recomenda um acordo mútuo com as operadoras numa base contratual a respeito da desativação”, diz o relatório, acrescentando que isso incluiria o entendimento sobre a dimensão exata da compensação financeira.