por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O BTG Pactual (SA:BPAC11) atualizou a sua análise sobre as ações da Ambev (SA:ABEV3), levando em conta a capacidade da empresa de precificação e a correlação entre seus múltiplos e a taxa de juros do país. Ainda assim, o banco continua enxergando dificuldades para a empresa e acredita que não há gatilhos no momento que tornem o papel mais interessante.
As ações da Ambev estão sendo negociadas a 18,1x P/2022E, oferecendo pouca vantagem em relação ao grupo de pares. Por isso, o BTG mantém a sua recomendação neutra sobre o ativo, com preço-alvo de R$ 16.
O BTG reforça que na sua visão, as margens da Ambev tendem a ficar pressionadas, pois a mudança dos canais de consumo de cerveja e das embalagens no Brasil prejudicaria a capacidade da empresa de sustentar o valor da marca, o que acabaria por corroer o poder de precificação.
O banco também aponta para um cenário complementar que interfere na Ambev, que é a correlação entre o segmento e a taxa de juros. O BTG destaca que o setor de bens de consumo tem sido percebido como um bond-proxy e se beneficiado de taxas baixas ao redor do globo em grande parte da última década.
Dessa forma, o movimento de alta dos juros pode resultar em múltiplos mais baixos e afetar a companhia. Na verdade, o BTG acredita que esse processo já começou, com as cervejarias globais agora negociando 8% abaixo da média de 5 anos.
Além disso, o BTG afirma que a participação do lucro decorrente de incentivos fiscais aumentou de 12% em 2012 para uma estimativa de 45% em 2022. A participação da Argentina no Ebitda também passou de 17% em 2020 para 26% neste ano.
Às 15h29, as ações da Ambev caíam 0,28%, a R$ 14,04.