Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Depois de ter sofrido um impacto menor do que o esperado nos volumes de vendas de cerveja no segundo trimestre, durante o pico dos bloqueios causados pela pandemia de Covid-19, o Goldman Sachs espera que a Ambev (SA:ABEV3) registre crescimento de 8% nos volumes de cerveja no terceiro trimestre. O banco recomenda Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 16.
As ações fecharam o pregão de quarta-feira em leve alta de 0,15% a R$ 13,40, com mínima em R$ 13,23 e máxima em R$ 13,55, com R$ 272,9 milhões de volume negociado. O Ibovespa encerrou estável, com leve alta de 0,01% a 100.552 pontos.
Os resultados da Ambev, que serão divulgados em 29 de outubro, são vistos pelo banco como um importante catalisador para uma leitura de como o mercado de cervejas de Brasil está se recuperando após o pico da Covid-19. A expectativa do Goldman é que o crescimento nos volumes mostre que os consumidores brasileiros mantiveram o consumo de cerveja no período.
O banco destacou ainda que, se suas estimativas estiverem corretas, essa deverá ser a primeira vez em cinco anos em que a empresa registra crescimento de volume no terceiro trimestre. Isso se deve sobretudo a uma mudança na estratégia de precificação apontada pela gestão da Ambev no ano passado: historicamente, a empresa realiza seus aumentos de preço no terceiro trimestre, antes da maioria de seus concorrentes. Assim, durante o período em que há diferença nos preços, tais concorrentes tendem a ganhar market share e volume, o que costuma se reequilibrar entre o quarto e o primeiro trimestre.
Após comentários da gestão, no entanto, o Goldman espera que a Ambev tenha segurado seus aumentos de preços neste ano, para sustentar a recuperação de volume e market share.
Ainda que o potencial crescimento de volumes seja positivo, será importante observar os dados de receita/hectolitro, que deve permanecer estável por causa da manutenção dos preços. O indicador pode ter sido impactado positivamente pelo mix de portfólio, especialmente pelo crescimento do segmento premium, mas a opinião do Goldman é que isso possa ser insuficiente para compensar os preços promocionais.
Depois da análise destes fatores, o Goldman Sachs manteve recomendação de Compra e realizou algumas mudanças em suas projeções, aumentando o Ebitda para 2020-22 em 1,4% e os lucros por ação em 3,5% para o mesmo período.
Para o banco, os principais riscos para a performance são um declínio mais prolongado no volume no Brasil e um maior enfraquecimento cambial, impactando os custos