SÃO PAULO (Reuters) - A Americanas passou a adotar neste mês um sistema que baseia as comissões cobradas dos comerciantes em seu marketplace na categoria de produtos que vendem e não mais uma taxa fixa, afirmaram executivos da companhia nesta sexta-feira.
"A gente tinha um 'take rate' para os sellers fixa em 16% e agora passamos a ter um take rate dividido por categorias", afirmou o diretor de relações com investidores da Americanas, Raoni Lapagesse, em conferência com analistas.
"Tem categorias que houve uma redução de take rate e algumas categorias que a gente viu oportunidade até de ter acréscimo no take rate", acrescentou o executivo.
Segundo ele, as mudanças tendem a ter impacto neutro nos números da Americanas em meio a uma estratégia da empresa em privilegiar algumas categorias que geram mais recorrência de compra de consumidores no marketplace.
A Americanas teve em janeiro "um crescimento forte, de 40%" nas vendas, disse o presidente-executivo da plataforma digital do grupo, Marcio Cruz. Em fevereiro, a companhia chegou a registrar ritmo semelhante na primeira quinzena até ser impactada por um ataque digital que a obrigou a tirar seus sites do ar entre o final de semana e a última quarta-feira.
"Vimos uma continuidade no crescimento, em um ritmo muito parecido com o de janeiro, obviamente até a sexta-feira passada", disse Cruz. Segundo ele, a alta de vendas em janeiro foi fruto de avanços da empresa na obtenção de recorrência de compras dos clientes, melhorias de interface e sortimento ampliado em categorias "de cauda longa".
Os executivos não mencionaram quais os impactos sentidos pela companhia em decorrência do ataque digital. Na véspera, a Americanas informou que a investigação vai levar algumas semanas.
(Por Alberto Alerigi Jr.; edição André Romani)