BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve concluir em dois a três meses o processo de retomada das concessões dos ativos ainda não em operação da companhia espanhola Abengoa no Brasil, disse nesta quarta-feira o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, durante audiência pública no Senado.
Rufino disse ainda que não foi possível chegar, até o momento, a uma solução de mercado para esses ativos, que incluiria a negociação dos empreendimentos da empresa em dificuldades financeiras, que paralisou obras no país.
Segundo ele, porém, a negociação de empreendimentos da Abengoa ainda é aguardada para as concessões da empresa que já estão em operação e geram receitas.
Ele não entrou em detalhes sobre como estão as negociações.
A chinesa State Grid é uma das principais interessadas nos ativos operacionais da Abengoa no Brasil.
Segundo Rufino, os ativos que estão no escopo do processo de devolução para a União --para posterior relicitação-- são sete concessões na área de transmissão cujas obras foram suspensas.
A Abengoa, que está em processo de recuperação judicial, paralisou todos os projetos no Brasil, onde atuava principalmente no setor de transmissão de energia elétrica.
LEILÃO DE NOVAS LINHAS
Falando a jornalistas após audiência pública no Senado, o diretor-geral da Aneel disse que a agência deve votar até o fim do mês o edital do segundo leilão de linhas de transmissão do ano, que complementa leilão já realizado em abril no qual foram arrematados 14 dos 24 lotes oferecidos.
"Foi necessário fazer mais alguns ajustes e a expectativa é de que seja votado na reunião do dia 28 de junho", disse Rufino, afirmando que a Aneel pretende abrir um prazo de mais de 30 dias entre a publicação do edital e a realização do leilão, o que deve levar o certame para o mês de agosto.
(Por Leonardo Goy)