SÃO PAULO (Reuters) - O contrato de concessão ferroviária da Malha Paulista da empresa Rumo (SA:RAIL3) foi prorrogado antecipadamente pela Agencia Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) em reunião realizada na véspera, informou a empresa de logística nesta sexta-feira.
A empresa não deu mais detalhes sobre a prorrogação, mas ressaltou que a decisão da ANTT será encaminhada ao Ministério dos Transportes e, posteriormente, ao Tribunal de Contas da União, para aprovação final. A concessão, que expiraria em 2028, foi prorrogada por mais 30 anos.
"Se o TCU não fizer objeções importantes, o processo pode ser aprovado em alguns meses", disseram os analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) em nota a clientes.
A notícia levou as ações da Rumo a subirem mais de 4 por cento na bolsa paulista, liderando os ganhos do Ibovespa. Às 11:37, as ações da Rumo subiam 5,09 por cento, a 14,04 reais.
A Malha Paulista é estratégica porque se estende do Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, até o Porto de Santos, principal saída de commodities agrícolas do país.
"Acreditamos que a renovação quando finalizada pode eliminar um risco de queda de 4 reais por ação em nossos modelos e pode ter o potencial de desbloquear mais 5 reais", afirmaram analistas do Itaú BBA.
A equipe do Itaú BBA afirmou ainda acreditar que, ao garantir a renovação, os riscos de execução do projeto de extensão da rodovia no Mato Grosso sejam reduzidos. "Nós vemos isso como um projeto extremamente lucrativo", afirmaram sobre o projeto de extensão de 650 quilômetros da ferrovia, ligando Rondonópolis a Sorriso, com potencial de reduzir os preços de grãos do Brasil.
A Rumo é a maior operadora logística com base ferroviária independente da América Latina, com concessões nos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
(Por Raquel Stenzel, reportagem adicional de Paula Arend Laier)