Investing.com - Como na maioria dos varejistas, as vendas digitais das Lojas Renner, que antes correspondiam a cerca de 5% do total de vendas, atingiram 36% durante o pico da crise de Covid-19, com as lojas físicas fechadas. Agora, a expectativa da gestão é que esse nível se fixe em torno de 10%, segundo relatório setorial do UBS distribuído na última quinta-feira (25). O banco tem recomendação Neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 40.
Às 15h23, as ações Lojas Renner (SA:LREN3) operavam em baixa de 1,69%, a R$ 39,55.
Um destaque durante o período foi a Camicado, que sofreu muito menos do que as lojas da bandeira Renner e, segundo a empresa, mantém tendências positivas para o terceiro trimestre. Além do e-commerce tradicional, a marca criou um marketplace com vendedores selecionados e foco em qualidade.
Em termos de lucratividade, as margens de e-commerce estão começando a alcançar às do varejo físico, sobretudo por uma aposta em iniciativas O2O (online to offline), integrando o digital e as lojas físicas.
Outra iniciativa que ganhou tração durante a crise de Covid-19 foi o comércio por redes sociais, com o lançamento de duas novas iniciativas: a venda por WhatsApp, conduzida pelas lojas; e revendedores de produtos Renner pelas redes sociais. De acordo com a empresa, apesar de ainda ser pequeno, esse canal tem forte potencial de crescimento e conta com maior conversão e ticket médio.
Em relação ao crédito, a empresa conseguiu digitalizar seus consumidores, o que resultou em uma qualidade de portfólio de crédito e recuperações melhores do que o esperado, mas as operações foram reduzidas por uma postura mais cautelosa na concessão de crédito, que vem sendo retomada gradualmente.
A Realize, instituição financeira de crédito, financiamento e investimento da LREN, ainda é muito integrada com as lojas físicas e tem cerca de 12 mil clientes. O foco agora é em alavancar a base de clientes e a receita por meio da digitalização e de serviços adicionais.
Além da estratégia digital, durante a crise a empresa foi capaz de reduzir as despesas de vendas, gerais e administrativas em 32% com negociações de contratos de trabalho e aluguel. Os custos operacionais devem ser maiores no segundo semestre, com a abertura das lojas, e as margens brutas devem ser impactadas por uma forte atividade promocional no início do terceiro trimestre, mas que tende a diminuir.
Agora, com 100% das lojas reabertas, a companhia diz estar vendo uma evolução positiva das vendas, principalmente nas regiões norte e nordeste, em que as restrições à mobilidade e às operações são menos intensas. O plano de expansão de 520 novas lojas até 2025 continua inalterado, além do foco na consolidação das operações na Argentina, em que a Renner abriu quatro lojas.
Um possível desafio para a empresa são os ventos contrários vindos do câmbio. No entanto, na visão do UBS, “a Renner está em uma posição vantajosa para direcionar pedidos a fornecedores locais dado o seu relacionamento fortalecido com seus parceiros durante a crise”: