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Após normas mais rígidas, compra de armas no Brasil caiu 40,6% desde 2003

Publicado 01.04.2013, 16:10
Atualizado 01.04.2013, 16:14

Rio de Janeiro, 1 abr (EFE).- A porcentagem de famílias brasileiras que compram armas de fogo caiu 40,6% desde 2003, quando entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento, uma legislação mais rígida para a posse e o porte de armas no país, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Governo.

De acordo com a "Pesquisa de Orçamentos Familiares", enquanto em 2003 0,0397 dos chefes de família disseram ter adquirido uma arma de fogo, em 2009 apenas 0,0236 admitiram ter comprado o artefato.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de armas compradas por ano pelos brasileiros reduziu de 57 mil em 2003 até cerca de 37 mil em 2009.

Apesar de estatisticamente um homem ter oito vezes mais possibilidade do que uma mulher de ser comprador de uma arma no Brasil, a demanda masculina caiu 45,1% desde a entrada em vigor das normas mais rígidas, segundo a pesquisa.

O estudo mostrou, além disso, que as compras de armas por jovens com entre 20 e 29 anos foi superior em 172% a de pessoas com entre 40 e 49 anos no período analisado.

No entanto, a demanda juvenil por armas reduziu 51,2% frente aos números registrados em 2003.

Um chefe de família tem 636% de chance que seu cônjuge seja um comprador de arma de fogo e 154,2% a mais que algum de seus filhos, mas sua demanda reduziu 39,1% no período.

O perfil traçado pelo Ipea mostra, além disso, que os analfabetos e as pessoas com menos de três anos de estudo compram o dobro de armas do que as adquiridas pelas pessoas com mais de 12 anos de estudo.

"A compra de armas caiu entre os grupos que eram os principais compradores: jovens, homens, solteiros e pessoas de menor instrução", resumiu o presidente do Ipea, Marcelo Neri, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro na qual apresentou os resultados do estudo.

Por regiões, a compra de armas nas zonas rurais é 396,4% superior do que nas cidades.

Se levarmos em consideração a ocupação, a possibilidade de um empregador de comprar uma arma de fogo é 219,7% superior do que a do empregado.

"A maior percepção de necessidade de proteção do patrimônio talvez explique esse resultado", segundo Neri.

O Estatuto do desarmamento, sancionado em dezembro de 2003, restringe severamente, com elevadas penas de prisão, o uso e a compra e venda de armas de fogo no país.

Dita norma estabelece entre outras coisas, que os únicos que podem sair armados nas ruas são policiais, militares e integrantes de serviços de inteligência e segurança oficiais.

Os demais proprietários de armas, embora tenham licença, têm que mantê-las guardadas em casa, e os que desobedecerem essa norma poderão ser condenados a penas de até quatro anos de prisão. EFE

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