CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco e líderes das religiões muçulmana, judaica, hindu, budista e cristã prometeram nesta terça-feira usar a religião para ajudar a acabar com a escravidão moderna e o tráfico de humanos até 2020.
Francisco foi o principal signatário de uma declaração também assinada, entre outros, pelo líder da Comunhão Anglicana, dois rabinos, um hindu da Índia, um budista do Vietnã, um ímã egípcio e um aiatolá iraquiano.
O texto classifica o tráfico humano, o trabalho e a prostituição forçados e o tráfico de órgãos como "crimes contra a humanidade".
"A exploração física, econômica, sexual e psicológica de homens e mulheres, meninos e meninas, está acorrentando dezenas de milhões de pessoas à desumanidade e à humilhação", disse o papa, antes de assinar a promessa de fazer "tudo a nosso alcance, com nossas comunidades religiosas e fora delas" para acabar com a escravidão moderna.
O líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo chamou a escravidão moderna de "uma praga atroz".
De acordo com levantamento divulgado no mês passado pela Walk Free Foundation, uma entidade de direitos humanos com sede na Austrália, quase 36 milhões de pessoas vivem como escravas como vítimas de tráfico para bordeis, forçadas a trabalho manual ou nascidas na servidão.
O patriarca Bartolomeu, líder espiritual de 300 milhões de cristãos ortodoxos no mundo, dirigiu-se ao grupo por meio de uma conexão de vídeo a partir de sua base em Istambul.
O evento foi organizado pela Global Freedom Network, grupo multi-religioso de combate à escravidão.
(Reportagem adicional de Magdalena Mis, em Londres)