SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu mais de 1,5 por cento nesta terça-feira, voltando para o patamar de 2,70 reais, após a divulgação do PIB dos Estados Unidos, que mostrou fortalecimento da economia norte-americana no terceiro trimestre deste ano e motivou a ampliação de apostas de aumento de juros pelo Federal Reserve.
A moeda norte-americana fechou em alta de 1,64 por cento, a 2,7045 reais na venda, após atingir 2,7104 na máxima do dia e 2,6521 na mínima.
"O PIB dos EUA mostra que a economia começa a dar sinais de forte crescimento", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, acrescentando que os dados mais fortes da economia dos EUA podem levar o Fed, banco central dos EUA, a elevar a taxa de juros mais cedo que o esperado. "O mercado aqui já reagiu se comportando preocupado com essa possibilidade."
A economia norte-americana cresceu no ritmo mais rápido em 11 anos no terceiro trimestre. O Departamento do Comércio informou nesta terça-feira ter revisado para cima sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ritmo anual de 5,0 por cento, ante 3,9 por cento divulgados no mês passado, citando gastos mais fortes de consumidores e empresas do que havia levado em conta anteriormente.
"O mercado estava parado com o dólar até caindo pouco logo cedo, sem nenhuma informação, mas veio o dado forte dos Estados Unidos e o rumo mudou", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.
O mercado de câmbio não abrirá em 25 de dezembro e 1º de janeiro e funcionará de forma limitada nas vésperas do Natal e do Ano Novo. Agentes financeiros evitavam fazer grandes operações, limitando o volume de negócios e deixando a cotação à mercê de fluxos pontuais.
Internamente, o mercado continua esperando a definição de como será a extensão do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcado para durar até 31 de dezembro. O presidente do BC, Alexandre Tombini, já afirmou que os leilões diários de swaps cambiais, que correspondem a venda futura de dólares, serão mantidos no ano que vem, com volumes equivalentes a entre 50 milhões e 200 milhões de dólares.
Na manhã desta terça-feira, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas rações diárias, com volume correspondente a 196,9 milhões de dólares. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de setembro e 500 contratos para 1º de dezembro de 2015.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a 9,827 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 85 por cento do lote total.
(Por Flavia Bohone)