SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale informou nesta quinta-feira que realizou baixas contábeis de 2,799 bilhões de reais relacionados aos ativos de fertilizantes no Brasil no quarto trimestre devido a condições de mercado desfavoráveis, segundo anúncio realizado simultaneamente à divulgação de seu balanço trimestral.
A mineradora também apontou um "impairment" de 1,676 bilhão de reais no projeto de minério de ferro de Simandou, na Guiné, complementando uma baixa contábil de 1,118 bilhão de reais reconhecida no segundo trimestre de 2014, "à medida que discussões com o governo do país não progrediram da forma esperada e as incertezas aumentaram em relação ao reconhecimento e à compensação dos investimentos da Vale no local".
A empresa também divulgou baixas contábeis de 628 milhões de reais na unidade de níquel da Vale Nova Caledônia (VNC) no trimestre, "dado que o processo de ramp-up tem levado mais tempo do que o esperado", além de perdas de 175 milhões de reais relacionadas aos ativos de carvão na Austrália, como resultado das minas de Isaac Plains e Integra Coal que foram colocadas "em care and maintenance".
O resultado só não foi pior porque a Vale contabilizou, no quarto trimestre, uma reversão parcial do "impairment" da unidade de níquel de Onça Puma, no valor de 4,295 bilhões de reais, ante o valor original de 5,770 bilhões de reais registrado no quarto trimestre de 2012, "tendo em vista que as operações voltaram a produzir de forma bem sucedida".
As baixas contábeis líquidas, no quarto trimestre, somaram 983 milhões de reais, segundo a companhia.
A mineradora registrou prejuízo líquido de 4,761 bilhões de reais no quatro trimestre de 2014 ante prejuízo de 14,867 bilhões no mesmo período de 2013, com o preço do minério de ferro despencando no mercado internacional, perdas cambiais, em derivativos e baixas contábeis de ativos, divulgou a empresa nesta quinta-feira.
(Por Roberto Samora)