LIMA (Reuters) - O presidente do Peru, Ollanta Humala, decretou estado de emergência nesta terça-feira, suspendendo liberdades civis e autorizando patrulhas militares, em uma região montanhosa onde três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em protestos contra um projeto de mineração de cobre de uma empresa chinesa no valor de 7,4 bilhões de dólares.
Humala declarou emergência por 30 dias nas regiões andinas de Cusco e Apurimac, no sul peruano, onde a mina de Las Bambas, de propriedade da chinesa MMG , está em construção.
O governador de Apurimac, Wilber Venegas, declarou também nesta terça-feira que as três vítimas fatais que protestavam contra o projeto morreram em confrontos com a polícia na cidade de Challhuahuacho e que dezenas se feriram.
Nas manifestações foi pedido que a MMG revise seu plano ambiental para que os concentrados minerais sejam eliminados fora da cidade. Os manifestantes também exigiram que a empresa contrate mais moradores, já que os trabalhos de construção ligados à mina estão diminuindo.
Cerca de 1.500 policiais e 150 militares foram enviados à região antes dos protestos, que começaram na sexta-feira passada.
Venegas e outras autoridades locais disseram que a polícia usou munição letal contra os manifestantes durante as passeatas, que foram em sua maioria pacíficas. O governo de Humala declarou que a polícia recorreu a armas letais para se defender dos manifestantes violentos que invadiram as instalações de
Las Bambas.
Humala já declarou emergências várias vezes ao longo dos quatro anos de seu mandato para acalmar manifestações contra projetos de mineração, incluindo o projeto suspenso de Conga, da Newmont Mining , no valor de 4,8 bilhões de dólares, e da mina de Tia Maria, da Southern Copper , de 1,4 bilhões de dólares, recém-abandonado.
O Peru é o terceiro maior produtor de cobre do mundo e deve quase dobrar sua produção nos próximos anos. Mas os conflitos com as mineradoras em pequenas cidades nas quais os fazendeiros temem a poluição ameaçam atrasar um sistema de distribuição da produção do país.
(Por Marco Aquino)