Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta nesta segunda-feira pelo quinto pregão seguido, na maior sequência de ganhos desde agosto de 2014, beneficiada pelo quadro externo favorável e trégua no conturbado quadro político doméstico.
O Ibovespa subiu 1,2 por cento, a 47.598 pontos. O ganho acumulado nos últimos cinco pregões alcançou 8,28 por cento.
O giro financeiro do pregão totalizou 5,7 bilhões de reais.
"O aumento da possibilidade de o Federal Reserve não subir juros neste ano tem impulsionado os ativos de risco, como as bolsas no mundo por exemplo", disse o gestor Joaquim Kokudai, da JPP Capital.
"Ao mesmo tempo, no front local, a reforma ministerial, anunciada na sexta-feira, foi bem recebida pelo mercado, que viu uma diminuição nas tensões políticas que tem trazido muita volatilidade aos ativos brasileiros", acrescentou.
Em Wall Street, o índice S&P 500 subiu 1,83 por cento, pela quinta sessão pela primeira vez este ano, com a alta do petróleo impulsionando ações de energia e apostas de que o banco central norte-americano adiará a alta dos juros até 2016.
Ao mesmo tempo, o feriado na China esta semana corrobora o que alguns agentes classificaram como "rali de alívio" em commodities e mercados emergentes.
Em relação à reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, durante a posse dos ministros anunciados na última semana, que as mudanças buscam o equilíbrio nas contas e na coalizão do governo.
DESTAQUES
=PETROBRAS (SA:PETR4) fechou com as ordinárias em alta de 2,73 por cento e as preferenciais com ganho de 0,64 por cento, na esteira da alta dos preços do petróleo.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO avançaram 2,11 e 2,93 por cento, respectivamente, endossando a tendência positiva do Ibovespa, dada a relevante fatia que ambos têm no índice, beneficiando-se assim da melhora no apetite por risco.
=CSN saltou 8,2 por cento, guiando o avanço do setor siderúrgico no Ibovespa, com GERDAU (SA:GGBR4) subindo 5,3 por cento e USIMINAS (SA:USIM5) ganhando 4,43 por cento.
=OI disparou 10,88 por cento. O papel segue na lista dos mais difíceis de encontrar para alugar, e por isso pode subir pressionado pela cobertura de posições vendidas.
=SMILES despencou 6,11 por cento, anulando boa parte da alta de 10 por cento de sexta-feira, enquanto permanecem as preocupações sobre potenciais efeitos na empresa das apreensões ligadas ao caixa da sua controladora, a GOL, em razão da debilidade da economia e da taxa de câmbio.
=BM&FBOVESPA caiu 1,95 por cento. Em relatório a clientes, o Goldman Sachs considerou os dados operacionais da bolsa em setembro, principalmente no segmento de ações, ainda preocupantes, apesar da recuperação no segmento de derivativos.
=ALPARGATAS, que não está no Ibovespa, disparou 8,88 por cento, após informar que sua acionista controladora Camargo Correa está analisando "oportunidades estratégicas" relacionadas ao seu investimento na companhia.