RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente interino Michel Temer disse nesta terça-feira que o financiamento de cerca de 1 bilhão de reais necessário para a conclusão das obras da Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro, que será usada durante a Olimpíada deste ano, será definido na próxima semana.
"Estão sendo finalizados os estudos financeiros e eu já combinei com o governador (em exercício do Rio Francisco) Dornelles que nós vamos ter uma conversa logo mais adiante para nós equacionarmos em definitivo a questão do metrô", disse Temer a jornalistas na capital fluminense, após visita ao Parque Olímpico.
A liberação da verba é aguardada com expectativa pelo governo do Estado, que vem encontrando dificuldades financeiras para finalizar a obra. A Linha 4 do metrô carioca ligará a zona sul da cidade à Barra da Tijuca, onde se concentrará a maior parte das instalação da Olimpíada, que começa em 5 de agosto.
Temer se reuniu mais cedo com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, e visitou pela primeira vez as instalações do Parque Olímpico desde que assumiu interinamente a Presidência. [nL1N1960X1]
Segundo o presidente interino, o governo federal está comprometido com as necessidades financeiras para a realização da Olimpíada do Rio.
"Vamos colaborar não apenas com palavras, mas também com as necessidades de natureza financeira... Fazemos isso com a absoluta convicção que estamos fazendo um fato extraordinário para o Brasil e para o mundo”, afirmou.
Sobre a possibilidade de o julgamento do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff no Senado ser realizado durante os Jogos, que acontecem de 5 a 21 de agosto, Temer afirmou que isso não lhe causa nenhum constrangimento. E acrescentou que o Brasil é o que importa.
“O povo do mundo não estará preocupado com isso, mas com a pujança do Brasil revelada pela abertura dos Jogos”, disse.
Temer afirmou ainda na entrevista que para ele "tanto faz" se a presidente afastada for convidada para a cerimônia de abertura do Jogos, no Maracanã, e frisou que não faria nenhuma objeção à eventual presença de Dilma.
"Isso é da organização da Olimpíada e não é de hoje que falo em pacificação do país e unidade do país. O que não podemos ter é brasileiros disputando com brasileiros... e a Olimpíada revelará essa possibilidade de reunificação do pensamento nacional", acrescentou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)