Por Chris Kahn
NOVA YORK (Reuters) - A vantagem de Hillary Clinton sobre Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidos diminuiu desde a semana passada, de acordo com os resultados da primeira pesquisa Ipsos/Reuters realizada desde o ataque a tiros em Orlando no domingo.
Trump, provável candidato republicano nas eleições de 8 de novembro, culpou as políticas dos democratas pelo pior ataque em massa a tiros da história dos EUA e renovou a sua promessa de proibir a imigração de muçulmanos, enquanto Hillary alertou para que não se demonizasse os muçulmanos norte-americanos.
A pesquisa, realizada entre sexta e terça-feira, mostrou Hillary com uma vantagem de 11,6 pontos percentuais sobre Trump, menos do que os 13 pontos percentuais que ela tinha nos período anterior de cinco dias até sábado. De acordo com a pesquisa, Hillary tem 44,6 por cento das intenções de voto ante 33 por cento de Trump.
O ataque na Flórida, na qual um homem armado matou 49 pessoas numa boate gay e feriu 53, pode ter um impacto duradouro na disputa presidencial, combinando preocupações sobre imigração, violência armada e tolerância religiosa, no que tem sido uma campanha imprevisível e bastante negativa.
O responsável pelo ataque, Omar Mateen, de 29 anos, filho de imigrantes afegãos nascido nos EUA, telefonou para as autoridades durante o massacre para se dizer leal ao Estado Islâmico.
Investigadores federais afirmaram que Mateen, que foi morto pela polícia, provavelmente se radicalizou sozinho, e que não há evidências de que recebeu instruções ou ajuda de grupos externos como o Estado Islâmico.
Trump aproveitou o ataque para criticar o presidente democrata Barack Obama, acusando suas políticas de não evitarem o "terrorismo radical islâmico", e para alertar que as políticas de imigração de Hillary permitiriam a entrada de mais agressores em potencial no país. Trump aproveitou para reforçar a defesa da suspensão da imigração muçulmana.
Num discurso na segunda-feira, Trump declarou que suspenderia a imigração de países com uma “história provada de terrorismo” contra os EUA, a Europa e países aliados até “nós sabermos plenamente como fazer para terminar com essas ameaças”.
Hillary, provável candidata democrata a presidente, afirmou que a resposta de Trump ao ataque foi perturbadora.
"Preconceito, paranoia e discriminação não são um plano e não vão proteger ninguém”, disse ela em comunicado.
Ela reafirmou o seu apoio a uma ação militar coordenada na Síria e no Iraque e defendeu o controle mais estrito da venda de armas de fogo.
A queda da candidata na pesquisa não representa um ganho total para Trump.
A proporção de eleitores que disseram que não votariam em nenhum dos dois candidatos aumentou na semana passada. Cerca de 22,4 por cento de eleitores não optariam por nenhum deles, de acordo a média de cinco dias até terça, ante 20,6 por cento há uma semana.
A pesquisa online entrevistou 1.063 prováveis votantes e tem margem de erro de cerca de 3,5 pontos percentuais.