Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha uma sessão de volatilidade frente ao real nesta quinta-feira, reagindo à briga pela formação da Ptax e ao humor mais comedido nos mercados externos após dois dias de forte bom humor.
Com isso, a moeda norte-americana renovava suas mínimas em quase um ano, influenciada também pela ausência do Banco Central dos mercados de câmbio a despeito do tombo recente.
Às 10:29, o dólar recuava 0,39 por cento, a 3,2245 reais na venda, depois de acumular queda de 4,64 por cento nas duas sessões anteriores.
A moeda norte-americana chegou a 3,2476 reais na máxima e 3,2165 reais na mínima do dia, menor nível intradia desde 22 de julho de 2015 (3,1685 reais). O dólar futuro teve leve queda de 0,08 por cento.
"Os mercados estão mais contidos na última sessão do mês, depois de movimentos fortes nos últimos dias", escreveram estrategistas do banco Scotiabank em nota a clientes.
O dólar tinha desempenho misto também nos mercados externos, subindo em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.
Os mercados têm sido fortemente influenciados após o Reino Unido decidir na semana passada deixar a União Europeia. O referendo gerou forte mau humor na sexta-feira e na segunda-feira, mas o quadro se inverteu nos dois pregões seguintes.
No Brasil, investidores também disputavam antes da formação da Ptax de junho, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores costumam brigar por cotações nos últimos pregões do mês para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições cambiais.
A inação do BC diante do recuo recente da moeda norte-americana também contribuía para manter o dólar em patamares baixos, aproximando-se dos 3,20 reais. Muitos operadores esperavam que a autoridade monetária tivesse agido para amortecer a queda do dólar, com medo de impactos sobre as exportações.
"O BC está claramente mais confortável com deixar o dólar seguir seu rumo, o que deixa o mercado mais à vontade para buscar patamares mais baixos", disse o operador de uma corretora nacional.
(Por Bruno Federowski)