BUENOS AIRES (Reuters) - Um tribunal de apelações da Argentina vai ordenar a reabertura de uma investigação sobre acusações de que a ex-presidente Christina Kirchner acobertou a participação do Irã em um atentado a bomba em um centro judaico em 1994, informou a agência de notícias estatal Telam nesta quinta-feira.
Dois anos atrás, o promotor que inicialmente fez a acusação, Alberto Nisman, foi encontrado morto no banheiro de seu apartamento em Buenos Aires. A morte foi classificada como suicídio, embora uma autoridade que investigou o caso tenha dito desde então que o caso parecia ser um homicídio.
O corpo de Nisman foi descoberto horas antes de ele informar o Congresso sobre as acusações de que Christina tentou acobertar a participação do Irã no atentado com caminhão-bomba no Centro Judaico AMIA, em Buenos Aires, que matou 85 pessoas.
Nisman disse que a ex-presidente trabalhou nos bastidores para livrar o Irã e normalizar as relações a fim de assegurar um acordo de oleaginosas com Teerã.
O Irã repetidamente tem negado qualquer ligação com o atentado, e um juiz argentino, em fevereiro de 2015, desconsiderou as acusações de Nisman como infundadas. Um painel de revisão, subsequentemente, concordou, por 2 votos a 1, que havia provas insuficientes para investigar a ex-presidente.
Citando fontes do Judiciário, a Telam relatou que uma corte federal de apelações vai assinar, ainda nesta quinta-feira, uma ordem para reabrir o caso, e que ele seria conduzido por um novo juiz.
A corte de apelações recusou fornecer informações para a Reuters relativas ao caso.
A ex-presidente tem enfrentado diversas acusações criminais desde que deixou o cargo há um ano. Nesta semana, ela foi indiciada por corrupção sob alegações de que desviou dinheiro para projetos públicos.
(Por Maximilian Heath)