BRASÍLIA (Reuters) - A ainda não oficializada candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à reeleição na presidência da Câmara ganhou mais força nos últimos dias, diante da sinalização de apoio de partidos do chamado centrão.
O grupo político reúne mais de dez partidos e quase 200 políticos e na última disputa pelo posto rivalizou com Maia e foi berço de várias candidaturas, em um movimento que chegou a dividir a base de sustentação do governo do presidente Michel Temer.
Agora, ainda que deputados do grupo pleiteiem seu direito a tentar a presidência, caso do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e do líder do PTB, Jovair Arantes (GO), outros integrantes do centrão já sinalizam apoio ao atual presidente da Casa.
Esse é o caso do PP e do PR, segundo uma fonte consultada pela Reuters. A cúpula do PSD, de Rosso, também teria dado indicações de apoio, de acordo com a mesma fonte.
Em nota, o Rosso afirmou que em uma reunião no final do ano passado, que contou com a participação do presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, ficou decidido que ele se candidataria à presidência da Câmara.
"Não existe nenhuma decisão partidária em contrário", diz a nota.
"Entendo pessoalmente que a candidatura do presidente Maia é inconstitucional", diz ainda o líder do PSD, que aproveitou para anunciar que laçará sua campanha na próxima segunda-feira.
Maia, que ainda não se declara candidato, tem dito que a ideia precisa "amadurecer" e que avalia a questão político-eleitoral para se decidir.
Adversários questionam uma eventual candidatura do atual presidente por considerar que a Constituição veda a reeleição em uma mesma Legislatura, enquanto Maia argumenta que não há proibição expressa para o seu caso, já assumiu o posto para um mandato-tampão.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)