Por Lizbeth Diaz
VERACRUZ, México (Reuters) - Um grupo de pais de desaparecidos que venceu a apatia do governo para encontrar umas das maiores valas comuns da história sombria da guerra das drogas mexicana também expôs o progresso vagaroso do govermo em lidar com abusos de direitos e vítimas.
Depois de um esforço de seis meses liderado pelas famílias, os investigadores do governo no estado de Veracruz afirmaram na terça-feira que haviam encontrado mais de 250 crânios em covas rasas num campo, um recorde em atrocidade no México.
Na quinta-feira, os jornalistas tiveram acesso pela primeira vez à área tropical com várias lagoas, perto de onde se dá atualmente uma grande expansão do movimentado porto de Veracruz.
O local foi descoberto no ano passado depois de uma informação dada a integrantes do Colectivo Solecito, um dos vários grupos de parentes frustrados que buscam dezenas de milhares de pessoas que desapareceram durante as guerras de gangues de drogas e cujos casos não foram resolvidos.
"As autoridades não ligam para buscas. Aqui, os que buscam são os pais”, afirmou Rosalia Castro, que tem procurado pelo filho desde 2011. “A atenção da promotoria tem sido zero.”
Críticos afirmam que o sucesso de grupos em descobrir evidências sobre as atrocidades deixa as autoridades parecendo vagarosas e destaca o retrospecto desastroso em direitos humanos do Partido Revolucionário Institucional (PRI), do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto. Veracruz era governada até o fim do ano passado pelo governador Javier Duarte, do PRI.