Por Alberto Sisto e Agnieszka Flak
ROMA/MILÃO (Reuters) - A Telecom Italia se aproximou nesta quarta-feira da cisão do seu negócio de rede com a apresentação de um plano para o governo italiano que poderia marcar um ponto de virada nas relações tensas entre o maior grupo de telefonia da Itália e Roma.
Analistas da Bernstein escreveram em nota que o movimento "forçaria os investidores a enfrentar o desconto de avaliação substancial atualmente aplicado à Telecom Italia".
A empresa sofreu pressão por anos de políticos, reguladores e rivais italianos para separar e atualizar sua rede, o recurso mais valorizado que os analistas estimaram em até 15 bilhões de euros (18,53 bilhões de dólares).
A pressão se intensificou depois que a francesa Vivendi (PA:VIV), maior acionista do grupo italiano com uma participação de 24 por cento, começou a exercer maior influência na Telecom Italia, o que preocupou Roma.
O presidente-executivo da italiana, Amos Genish, manteve conversas com o ministro da Indústria, Carlo Calenda, sobre a idéia de voluntariamente colocar a rede em uma empresa legalmente separada totalmente controlada pela Telecom Italia.
"Este é um ponto de virada importante depois de conversar durante 20 anos sobre a necessidade de separar os recursos da rede e conceder acesso igual a todos os operadores", disse Calenda, que repetidamente afirmou que a Telecom Italia deveria desvincular suas operações de rede e serviços.
(Por Alberto Sisto e Agnieszka Flak)